quarta-feira, janeiro 26, 2022

As fronteiras da Ucrânia são para respeitar. As fronteiras dos Estados Unidos, não.

É espantoso: os mesmos bonecos que aparecem na CNN a defender a integridade fronteiriça da Ucrânia, surgem 24 horas depois a defender a abolição de fronteiras nos Estados Unidos.

A catástrofe humanitária, constitucional e social que está acontecer na raia sul da federação, desde que Joe Biden mudou a mobília para a Casa Branca, é capaz de constituir o maior desastre do seu primeiro ano de presidência, o que não é dizer pouco, porque só de aparatosos e cataclísmicos acidentes tem sido constituído o lamentável mandato.

Tucker Carlson pega no seu bombo preferido e rebenta com as irracionais razões daqueles que decidem percorrer o caminho da guerra por causa de um limite territorial de volátil registo histórico e que é prática e estrategicamente antípoda, enquanto escancaram as próprias fronteiras a todo o tipo de imigrantes: legais e ilegais, saudáveis e infectados, úteis e inúteis, qualificados e desqualificados, honestos e criminosos, pacíficos e perigosos. Entra toda a gente, aos milhares em cada dia e de tal forma que há quem considere a política de imigração de Biden como um acto de guerra contra os Estados Unidos.

E atenção: se as eleições intercalares correrem bem para os republicanos, como é neste momento projectável, existe clara base constitucional para que, a propósito deste crime de lesa pátria, o congresso levante um processo de impeachment do presidente.

Não que se ganhe muito com isso. Se Biden sair, entra Kamala. Entre os dois, o diabo terá inevitavelmente que escolher um retardado.