Uma guerra com a Rússia pode bem ser a última de todas as guerras, como qualquer pessoa sã consegue perceber. Ainda assim, parece que em Washington sempre existe um assunto que une os desunidos congressistas democratas e republicanos: a vontade de esticar a corda. Putin é bastante mal amado na capital da federação americana. Isso é uma verdade evidente e antiga. Mas que interesses estratégicos ou económicos relevantes têm os Estados Unidos na Ucrânia? Que valores se apresentam assim tão eloquentes para que se arrisque a guerra com uma potência nuclear?
Hã?
O que vale é que, numa recente, desastrada e titubeante conferência de imprensa, Biden deu objectivamente carta verde para que Putin não perca a face e ocupe uma fracção da Ucrânia. Talvez a coisa fique por aqui. Talvez não. Mas para os americanos será sempre um jogo de soma zero.
Acresce que a China é capaz de aproveitar a ofensiva Russa para resolver o problema de Taiwan. E nesse caso estarão até criadas condições para uma infernal aliança entre Pequim e Moscovo, histórica no contexto destas nações desavindas e muitíssimo preocupante para toda a gente que viva no lado ocidental do mundo.
Do ponto de vista das elites globalistas e das superestruturas burocráticas porém, a guerra é bem vinda. A melhor coisa que podia acontecer depois da pandemia, na verdade: mais uma oportunidade para reforçar o controlo sobre as massas, mais um pretexto para transferir riqueza da classe média para os estados e as grandes corporações, mais uma manobra de alto potencial destrutivo, que só contribui para o bom sucesso da nova ordem mundial.