Nasci, cresci e cheguei a adulto durante a Guerra Fria. Nunca estive tão preocupado com a eclosão de um conflito nuclear como estou agora.
Ao niilismo totalitário das elites ocidentais, que odeiam as massas e que defendem à boca cheia uma solução de redução demográfica para o problema das alterações climáticas, e que encaram a guerra como um mal necessário para implementar uma nova ordem mundial, alia-se perigosamente o nacionalismo radical dos russos, que não perspectiva a relação entre os interesses individuais e os interesses colectivos da mesma forma que o Ocidente, principalmente quando é a razão Histórica que está em jogo (Estaline mandava soldados para a frente de guerra armados com uma espingarda para cada dois efectivos; Eisenhower montava um hospital de campanha por cada batalhão que colocava no teatro de operações).
As palavras deste imbecil que é âncora de um serviço noticioso da televisão pública russa são a este propósito arrepiantes.
Russian state TV: “Our submarines alone can launch more than 500 nuclear warheads, which guarantees the destruction of the US and NATO for good measure. The principle is: why do we need the world if Russia won’t be in it?” https://t.co/hvYkhz9DpE
— max seddon (@maxseddon) February 27, 2022
Na minha maneira de ver as coisas, o momento que estamos a viver é grave e aflitivo como a crise dos mísseis de Cuba. A diferença é que a administração Kennedy não entendia um confronto termonuclear como uma solução para os males do mundo. O mesmo não se pode dizer das forças que estão por trás da administração Biden, que determinam as políticas no apartamento nº 10 de Downing Street, que puxam os cordéis aos fantoches de Ottawa ou que conduzem os destinos dos franceses no palácio do Eliseu.
Convém sublinhar o óbvio: uma guerra declarada à Rússia poderá implicar um alinhamento ainda mais estreito entre Moscovo e Pequim. Esse alinhamento é invencível. Não há forças no Ocidente, militares, económicas ou sociais, capazes de uma vitória contra este eixo.
E de qualquer forma, ninguém sai vitorioso de um confronto termonuclear.
Mas quando até os suíços abrem uma excepção à sua, tantas vezes infame, política de neutralidade, percebemos que algo de tenebroso se está a passar.
E já agora: o World Economic Forum é sediado em Geneva.