domingo, março 20, 2022

Teoria e Práctica do Exercício do Poder.

TEORIA
#1: Cria um problema.
#2: Deixa que o problema se agrave até ao ponto da insustentabilidade política, económica e social.
#3: Aparece depois como redentor que resolve milagrosamente o problema que criaste.
#4: Não resolvas o problema que criaste. Mas capitaliza o mito para assumires poderes que até aqui te eram vedados e para o exercício dos quais nunca foste constitucionalmente programado.
5#: Por cima do caos e a propósito dele, faz uma guerra que ninguém consegue ganhar e perde-a.
6#: Renasce das cinzas como líder máximo da nova ordem mundial.

PRÁCTICA . CASE STUDY A . RESERVA FEDERAL AMERICANA
#1: Imprime dinheiro como se o dia de amanhã fosse impossível.
#2: Nega a alta probabilidade de inflacção, depois arruma a subida de preços como transitória, a seguir vende-a como uma virtude e, em desespero de causa, responsabiliza Vladimir Putin pelo funeral do poder de compra e das poupanças da classe média.
#3: Aumenta as taxas de juro de forma a combater o disparo insano e global dos preços.
#4: Como a subida das taxas de juro não vai resolver o problema inflaccionário e a ruína económica da classe média, e só vai agravar a crise do investimento e as probabilidades de recessão, aproveitas o cataclismo para fazer passar legislação ilegal e patrocinas mandatos de excepção constitucional.
#5 Se os heroicos instrumentos da ciência económica liberal não funcionam junto dos mercados é porque a razão do caos não é económico-financeira, mas sócio-política, pelo que a responsabilidade pode ser rapidamente transferida para o inimigo. De forma a combater esse inimigo, usas a moeda como canhão, a divisa como granada e o juro como propaganda. Em última análise, provocas a guerra com uma potência nuclear.
6# Se fizeste bem o teu trabalho e se tudo correr bem, os escassos, famélicos, e desnorteados sobreviventes do apocalipse nuclear, dos quais fazes parte por ofício, vão entender-te como vítima e não como agressor. Vão aceitar a tua liderança, desta vez sim, absoluta.

PRÁCTICA . CASE STUDY B . COVID-19
#1: Financia, em países antípodas, laboratórios de investigação e desenvolvimento de agentes patogénicos que possam ser utilizados como armas de extinção maciça.
#2: Permite que a corrupção e o desleixo securitário nesses países promovam a eclosão de um surto de um desses agentes patogénicos.
#3: Perante a pandemia, anula preceitos constitucionais para, em nome da saúde pública, implementares restrições aos direitos e às liberdades dos cidadãos. Aproveita a ganância das farmacêuticas e a obediência das massas para desenvolveres um programa de vacinação experimental à escala global.
#4: As medidas de prevenção e as vacinas não são efectivas contra a pandemia, mas colocam-te numa posição que permite a culpabilização dos dissidentes e daqueles que não cumpriram o programa de vacinação. Retira-lhes a cidadania e conduz a insatisfação das massas para este grupo social.
#5: Quando a pandemia entra no seu natural ciclo descendente e de forma a desviar as atenções dos crimes contra a humanidade e a saúde pública que entretanto cometeste, aproveita um conflito regional para provocar uma guerra mundial. Mesmo que saibas que o país que lideras não tem como sair dela vitorioso. Precisamente porque o país que lideras não tem como sair dela vitorioso.
6# Se fizeste bem o teu trabalho e se tudo correr bem, os escassos, famélicos, e desnorteados sobreviventes do apocalipse nuclear, dos quais fazes parte por ofício, vão entender-te como vítima e não como agressor. Vão aceitar a tua liderança, desta vez sim, absoluta.