quarta-feira, março 02, 2022

Um mapa para denunciar a propaganda.

Para que se perceba a que nível estapafúrdio está o New York Times empenhado em acompanhar e reforçar a guerra de desinformação e propaganda contra a Rússia, basta olhar para este mapa, editado com a subtileza de um gorila a quem ofereceram um estojo de lápis de cera.


Os ucranianos que fogem para o Ocidente são "refugiados". Os ucranianos que fogem para a Rússia são "migrantes". A seta dos "refugiados" é laranja e enorme. A seta dos "migrantes" é pequenina e cinzenta. A relação estatística entre os vários destinos dos "refugiados" é respeitada nas setas laranja, mas a mesma equação de proporcionalidade já não é mantida para os "migrantes".

O New York Times não valoriza os "migrantes" da mesma forma que os "refugiados" como não valorizava os não vacinados da mesma forma que os vacinados, como não valorizava os eleitores de Donald Trump da mesma forma que os eleitores de Hillary Clinton ou Joe Biden e assim sucessivamente.

Este mapa decorre precisamente do mesmo tique perverso que observamos em Mario Draghi ou Emmanuel Macron , quando retiram a cidadania aos não vacinados; ou que registamos em Joe Biden, quando se refere aos manifestantes de 6 de Janeiro; ou que testemunhámos em Trudeau, quando insultava os camionistas.

Os ucranianos de língua russa, como os não vacinados, como os eleitores de Trump, como os dissidentes canadianos, fazem todos parte do inimigo. E se esta guerra escalar para um conflito mundial, ela vai ser travada também nas frentes internas, e como nunca na História.