Até ver, Vladimir Putin, cujos objectivos últimos pelos quais trava uma guerra complicada na sua fronteira sudoeste estão ainda por descodificar, não cumpriu a ameaça de fechar completamente a torneira caso os países "não amigáveis" se recusassem a comprar as energias russas em rublos. Encaixou no entanto muitos petrodólares, porque perante hipótese de ruptura na distruibuição, os países europeus desataram a comprar gás e petróleo à Rússia como se o mercado fechasse amanhã. As últimas 48 horas têm sido excelentes para os oligarcas de Moscovo. E terríveis para os contribuintes do Ocidente.
Mas mesmo sem fechar completamente a torneira, e para além de facturar que nem um doido, o Czar vai dando sinais que, se a Europa quer a guerra, ele não se importa de a fazer rebentar nos orçamentos e na qualidade de vida dos cidadãos europeus.
Mas no caso das nações da Europa central, o assunto transcende a falência material. A dependência energética da Rússia atinge proporções assustadoras que podem ferir seriamente a sustentabilidade económica e social destes países, a viabilidade de muitas das suas empresas e o bem estar dos respectivos povos.
Se Putin fizer finca pé, a Alemanha e a Áustria, a Hungria e a República Checa, a Holanda e a Irlanda, vão mesmo ter que começar a trocar os euros por rublos.