sábado, abril 09, 2022

Não acertam uma. #03


Se perguntares a um físico de partículas qual a maior conquista da ciência nos últimos 50 anos, as probabilidades apontam para que ele te diga que é o Modelo Standard, espécie de tabela periódica dos elementos quânticos constituintes da matéria.



Acontece que o Modelo Standard é um verdadeiro queijo suíço. Está cheio de buracos porque lhe faltam partículas para que as contas batam certas, mas essas partículas não aparecem nem por nada e por muito que o HLC acelere protões, bosões, fotões e gluões e os faça colidir uns contra os outros.

Acresce que uma das partículas essenciais que escapam à tabela é o gravitão. Sem ele, o Modelo Standard não consegue sequer integrar as forças gravíticas que parecem evidentes na mecânica cósmica.

A teoria também não consegue explicar porque raio é que o Universo existe (matéria e anti-matéria deviam ter-se anulado mutuamente no momento da criação e parece evidente que isso não aconteceu); porque diabo é que o universo se está a expandir a um ritmo exponencial, já que esse movimento se deve à energia negra (que o Modelo não contempla e que deve corresponder "só" a 68% da energia total no cosmos); e porque é que as galáxias giram como giram, facto atribuído à matéria negra, cujas partículas elementares são desconhecidas e que por isso também não constam da equação.

Para além disso, simetrias, massas, spins, densidades e pesos também estão, muito provavelmente, errados. Os neutrinos não deviam ter massa, mas têm, os equilibrios simétricos são meras abstrações matemáticas sem correspondência real, e, como relata este artigo da Quanta, o peso do Bosão W não corresponde minimamente às previsões da teoria. E só por causa disso, um quarto do Modelo pode ser enviado para o caixote do lixo da epistemologia.

Assim sendo, o Modelo Standard da Física das Partículas é tão útil e pertinente como um avião sem asas.

É por estas e por outras espectaculares falências técnicas que eu escrevo aqui insistentemente que os físicos contemporâneos até dão pena. Permanecem dogmáticos como franciscanos medievais. Mas têm bastante menos substância para sustentar a fé. E a cada dia que passa, os seus paradigmas sagrados sofrem irreparáveis convulsões.

Como religião, a ciência funciona muito mal.