sexta-feira, agosto 12, 2022

O bardo é condenado e executado no seu próprio teatro.

Ainda no outro dia estava para aqui a choramingar por causa de termos perdido a guerra cultural para as forças woke que agora condicionam o pensamento individual, o discurso colectivo, a verdade histórica, a manifestação artística, o fluxo informacional e as indústrias de entretenimento no Ocidente. Hoje, o Paul Joseph Watson, como sempre, sublinha o meu lamento com uma crónica completamente deprimente sobre o Globe Theatre, o venerando teatro que Shakespeare construiu e que agora serve para aniquilar o legado de... Shakespeare. Porque o dramaturgo era, claro, um racista e um sexista de primeira e é preciso normalizar, descolonizar, adulterar e obliterar a sua obra.

No Globe dos pidescos dias que correm, até Joana d'Arc perde a sua identidade feminina, encapsulada numa trans-humana condição "não binária", assexuada e politicamente correcta.

Se esta gente consegue aniquilar a obra de William Shakespeare, o que é que não consegue aniquilar?