terça-feira, outubro 11, 2022

A guerra, como ela é: obscena.

Alguns dos vídeos que vou postar de seguida podem chocar a sensibilidade, até de pessoas menos impressionáveis. estão avisados.

Para além da propaganda, que está a ser uma das mais eficazes armas do conflito que se trava na Ucrânia, a guerra no século XXI é aberta, como nunca foi, aos olhos do mundo. E trava-se, ao vivo, nas redes sociais. Ambos os lados usam footage video e outros tipos de "data" disponível online para identificar inimigos, localizar alvos, descobrir fragilidades. Ambos os lados exibem a eficácia das suas armas com indisfarçável orgulho e o dilacerar dos corpos de soldados inimigos como troféus de caça.

Neste clip,  assistimos a uma sequência nocturna em que drones russos fazem literalmente explodir, um a um, soldados ucranianos.


Nesta segunda-feira, a reacção de Putin ao atentado à ponte da Crimeia não se fez esperar e o país foi assolado por inúmeras explosões que fizeram centenas de vítimas. Nestes 2 vídeos, percebemos porque é tão difícil interceptar misseis balísticos contemporâneos. A velocidade a que se deslocam é impressionante. E as trajectórias, assimétricas.



Mas o clip mais chocante desta série de horrores (volto a alertar: é muito duro de ver), é aquele que na verdade demonstra que a guerra, a deste século como a de todos os outros, não muda na sua essência: é um festival de horrores. Um perpétuo elogio da vala comum.


Não vale a pena sequer atribuir responsabilidades a este pavoroso momento. Os russos acusam os ucranianos, os ucranianos acusam os russos, os líderes ocidentais fingem indignação enquanto promovem o genocídio. Estes segundos tenebrosos podiam pertencer ao passado. Vão repetir-se no futuro. Este agora é eterno, como o mal absoluto.