O Blogville segue o percurso de Jordan Peterson já há uns anos largos. Sempre com admiração e respeito por um intelectual brilhante, que tem feito muito por abrir os olhos às gerações mais novas. Mas também já tinha escrito aqui que, depois de duas ou três atitudes menos felizes e de outras tantas dioptrias mentais quase chocantes, tomadas principalmente a partir do momento em que firmou contrato com o Daily Wire, o canadiano estava já no limite da tolerância que lhe era reservada.
O terceiro strike aconteceu agora. Paul Joseph Watson explica:
Depois de ter interpretado mal todo o processo da pandemia e das vacinas, como ele agora reconhece; depois de ter interpretado mal as eleições presidenciais americanas de 2020 e os acontecimentos de 6 de janeiro de 2021; depois de se ter armado em vítima por causa de comentários menos simpáticos que lhe deixavam nas redes sociais, tirando conclusões profundamente erradas sobre o anonimato na web e o que é a liberdade discursiva, vem agora com esta conversa absolutamente parva sobre o Irão.
Deseja realmente Jordan Peterson que os Estados Unidos entrem num conflito, mais um, para mudar o regime iraniano? Mas está maluco? Os Estados Unidos actuais não têm qualquer legitimidade para mudanças de regime seja onde for, até mesmo que quisessem destronar o diabo do inferno.
Por amor de Deus. Se os iranianos estão fartos da feroz e medieva teocracia em que vivem, que resolvam o assunto. Desejo-lhes todas as felicidades que posso sinceramente desejar ao povo persa nesse esforço de libertação. Mas ninguém mais está em posição moral, política, militar ou económica de meter o bedelho nesse assunto.
É que nem nos faltava mais nada.
Das duas, três: ou o professor está a perder qualidades a um ritmo alucinante por disfunção de carácter psiquiátrico ou fisiológico, ou o dinheiro e a fama estão, como sempre acontece, na verdade, a corroer-lhe o cerebelo (e a alma), ou nunca foi tão virtuoso e genial como parecia.
Está cancelado, portanto (também tenho direito). Aqui no blog não há mais Peterson para ninguém. No Contra ainda irão passar, quando tiver tempo para me dedicar a isso, algumas das célebres e elevadas palestras sobre a bíblia, ministradas em 2017, quando o homem ainda funcionava bem da cachimónia. Mas é isso.
Mais um herói que foi com os porcos.