Um dos fenómenos mais intrigantes do imaginário OVNI são as "Crop Marks", ilustrações abstractas, de carácter geométrico, que são gravadas em extensas áreas de cultivo agrícola por todo o mundo e com espantosa frequência. Também aqui, a fraude concorre com factos irredutíveis. Esta é aliás uma característica imanente em todos ou quase todos os eventos relacionados com objectos voadores não identificados.
Dá a sensação que há sempre gente disponível para criar ruído com falsos testemunhos e fabricação de factos de forma a descredibilizar muitas outras situações que na verdade não se adequam de todo às explicações científicas ou às circunstâncias equívocas e que permanecem inexplicáveis.
E para destrinçar entre o que é fraudulento ou decorrente da acção humana e aquilo que, à luz do que sabemos, não tem explicação para além de constituir uma manifestação de inteligência extra-terrestre, ninguém neste momento oferece competição a Andrew Gentile.
Chamo a atenção para o minuto 10, quando Gentile fala da crop mark que foi gravada numa seara em 2001, em resposta à famosa mensagem enviada em 1974 pelo Radio-Telescópio Arecibo na direcção de um cluster de estrelas na constelação de Hércules, localizado a 25.000 anos luz da Terra.
A "Mensagem de Arecibo" foi pensada semântica e graficamente por uma equipa de cientistas, que incluía Carl Sagan, para funcionar como um universal cartão de visita da raça humana, na expectativa de pudesse chegar a outras entidades inteligentes no universo. Descrevendo a morfologia e a genética humana, a geografia local e sideral da Terra, a composição química dos elementos fundamentais à vida, entre outros detalhes, a mensagem - especularam alguns - poderia funcionar, muito para além das expectativas dos seus criadores, como um convite à caça, no caso de ser captada e descodificada por uma civilização predadora.
Aquela que ficou depois conhecida como a "Resposta de Arecibo", gravada num campo agrícola anexo a outro radio-telescópio - o Chilbolt - é arrepiante. E não tem explicação racional ou científica que conduza à conclusão de se tratar de uma fraude ou de qualquer fenómeno natural, como é óbvio pelas imagens inclusas em mais um muito competente episódio do Why Files.