quarta-feira, maio 31, 2023

De marcas, mensagens e arrepios na espinha.

Um dos fenómenos mais intrigantes do imaginário OVNI são as "Crop Marks", ilustrações abstractas, de carácter geométrico, que são gravadas em extensas áreas de cultivo agrícola por todo o mundo e com espantosa frequência. Também aqui, a fraude concorre com factos irredutíveis. Esta é aliás uma característica imanente em todos ou quase todos os eventos relacionados com objectos voadores não identificados.

Dá a sensação que há sempre gente disponível para criar ruído com falsos testemunhos e fabricação de factos de forma a descredibilizar muitas outras situações que na verdade não se adequam de todo às explicações científicas ou às circunstâncias equívocas e que permanecem inexplicáveis.

E para destrinçar entre o que é fraudulento ou decorrente da acção humana e aquilo que, à luz do que sabemos, não tem explicação para além de constituir uma manifestação de inteligência extra-terrestre, ninguém neste momento oferece competição a Andrew Gentile.

Chamo a atenção para o minuto 10, quando Gentile fala da crop mark que foi gravada numa seara em 2001, em resposta à famosa mensagem enviada em 1974 pelo Radio-Telescópio Arecibo na direcção de um cluster de estrelas na constelação de Hércules, localizado a 25.000 anos luz da Terra. 

A "Mensagem de Arecibo" foi pensada semântica e graficamente por uma equipa de cientistas, que incluía Carl Sagan, para funcionar como um universal cartão de visita da raça humana, na expectativa de pudesse chegar a outras entidades inteligentes no universo. Descrevendo a morfologia e a genética humana, a geografia local e sideral da Terra, a composição química dos elementos fundamentais à vida, entre outros detalhes, a mensagem - especularam alguns - poderia funcionar, muito para além das expectativas dos seus criadores, como um convite à caça, no caso de ser captada e descodificada por uma civilização predadora.

Aquela que ficou depois conhecida como a "Resposta de Arecibo", gravada num campo agrícola anexo a outro radio-telescópio - o Chilbolt -  é arrepiante. E não tem explicação racional ou científica que conduza à conclusão de se tratar de uma fraude ou de qualquer fenómeno natural, como é óbvio pelas imagens inclusas em mais um muito competente episódio do Why Files.