Há certos atletas que, pela simples expressão do seu talento, transformam a modalidade em que competem. Alcaraz é um animal dessa classe: a partir de agora, não há nada que seja impossível fazer num court. Não há bola que esteja em definitivo perdida, não há passing shot surrealista que não possa ser executado, não há amorti, por mais que desafie as leis da física, que deixe de sair na perfeição. O espanhol inventou um jogo novo, de possibilidades ilimitadas, que deixa toda a gente (inclusivamente os adversários) completamente siderada.
É impossível não gostar de ténis quando vemos este puto jogar à bola.
Em Wimbledon, que conquistou este ano, alguns dos seus melhores momentos:
E agora no US Open, já está nos quartos de final depois de bater Matteo Arnaldi como quem vai ali e já volta.
Só há neste momento um adversário capaz de lhe fazer frente: Djokovic, que provavelmente encontrará na final do torneio de Nova York. Depois de ter perdido o título em Wimbledon precisamente contra Carlitos, o sérvio ajustou contas em Cincinatti, num jogo que é já considerado por muitos como a melhor final de torneios fora do Grand Slam na história do ATP (este clip vale a pena, mesmo).
Mas, dada a veterania de um e a juventude do outro, o futuro abre-se para que Alcaraz faça história e some recordes. A não ser que algo de anormal aconteça neste mundo onde coisas anormais estão a ganhar o hábito de acontecer frequentemente.