terça-feira, setembro 26, 2023

Haikus do alto da falésia (Décima temporada, segunda série)


 

 

Rasguei uma página do Moleskine.
Carne
Viva.




Darwin não explica
Os concertos
De Brandenburgo.




Einstein não equaciona
A improbabilidade
Do ser.




E Heisenberg está incerto
Sobre a beleza
Do mundo.




O cosmos é a obra prima.
O resto são
Orações.




A Marinha portuguesa
É uma potência marítima.
(Na baía minúscula).




Nem acredito que estou a pagar
Este aparato de canhões
Calados.




Telescópio.
Começas a ver o céu
De outra maneira.

 

 

 

 

 

 

Todo o haiku é um elogio
À magnífica obra
De Deus.

 

 

 

Há quem consiga viver
Sem música
(Subo o volume).




Até a Marinha aprecia
O luar que a noite
Faz.

 

 

 

Gostava de saber lidar
Com a dor
Como Marco Aurélio.




O Álvaro
É o meu melhor
Amigo.

 

 


 

 


O sino da minha aldeia
É mais de aldeia
Que aquele que o Pessoa cantava.




Até porque no Chiado
Ninguém tem vista
Para o abismo.

 

 

 

Entre mim e o Fernando
Vai sempre haver
Sexo.




No outro dia sonhei com ele.
Dava-me um abraço
No céu.




Afinas as lentes,
Ajustas o foco e vês
As rugas da Lua.