Há um cheiro no ar, a pólvora e a urânio,
E um vento quente anuncia o armagedão.
Há sangue na Maré do mediterrâneo
E ira na Pérsia que é o Irão.
Há vontade de mortos nas ameaças
de ódios antigos e preces modernas,
Há um pesadelo no sono das massas,
breves dores que são eternas.
Jesus Cristo, acaba com isto, desce da cruz
Que nesta escuridão é urgente a tua luz.
Há raivas sem freio, vozes sem crânio,
sionismos, jihadismos, liberalismos novos.
Há sangue na maré do Mediterrâneo
e sono no pesadelo dos povos.
Há em Israel um arsenal de desgraças
à revelia do Evangelho de João.
Há vontade de mortos nas ameaças
dos Aiatolas que virão.
Nazareno, faz-te ao terreno, desce à Terra;
poupa-nos aos horrores da Guerra.
Há no fundo horizonte um portão de titânio,
entrada de serviço para o armagedão
Há um cheiro no ar, a pólvora e a urânio,
no apocalipse do Verão.
Há no firmamento uma trincheria
de amigos velhos - inimigos novos -
Há o pandemónio e a cegueira
dos ódios antigos dos povos.
Crucificado, volta ressuscitado, desce da cruz
Fala a tua verdade, acende a tua luz.