quinta-feira, março 28, 2024

Sobre o terror e a leviandade.

No clip em baixo, Alexander Mercouris conta uma história arrepiante e eloquente sobre o estado actual da forças militares ucranianas. A BBC quis fazer um programa com testemunhos de soldados ucranianos e a produção escolheu antecipadamente alguns deles, de entre uma unidade estacionada na frente. Quando, uns dias depois, a estação britânica se preparava para gravar os testemunhos desses soldados, eles já estavam todos mortos.

 

Talvez o elemento mais perturbador - e imperdoável - na posição niilista do bloco ocidental e da imprensa corporativa é o facto de não considerarem o que estão a fazer ao povo ucraniano. De encararem assim levianamente a chacina que estão a promover, justificada por falsas causas e corruptos motivos. 

A quantidade incrível de pessoas que estão a morrer desnecessariamente, numa guerra que já estava perdida à partida, é absolutamente dantesca. Quando o conflito terminar, vamos estar a falar de milhões de mortos.

Não faltam na história humana políticos condenados por enviarem para o matadouro de inúmeras frentes de batalha os seus cidadãos, em guerras que poderiam ser evitadas ou que não tinham razão moral de ser. Mas isto é pior ainda, porque as elites políticas do Ocidente - e os canalhas da imprensa que os servem como criados de quarto - estão a enviar para a morte certa e fútil cidadãos de um país que não é o deles. Ou seja: nem sequer serão, através do voto e do luto, escrutinados pelas suas tenebrosas decisões, pela sua irresponsável retórica. Pelos seus actos diabólicos.