O que se está a passar nos EUA não deixa de ser divertido. Enquanto tentam enfiar Trump na prisão por razões exclusivamente políticas, os democratas estão constantemente a avisar que, caso o candidato republicano seja eleito, ele exercerá vinganças inimagináveis sobre o unipartido de Washington.
Bom, é claro que as exercerá. E quanto mais tentativas sujas e desesperadas o establishment realizar para impedir essa eleição, mais razões terá o magnata de Queens para procurar o agridoce sabor da vingança.
Nem Jesus Cristo, se fosse submetido ao que se passou nas últimas semanas no tribunal de Manhattan, escaparia à sedutora ideia de um payback.
Certa vez, Trump disse que faz sempre questão de castigar aqueles que saíram do seu caminho para o prejudicar, e se de facto for eleito, circunstância que continuo a considerar improvável, vai ser realmente entretido assistir ao processo pelo qual o inquilino da Casa Branca fará justiça pelas suas próprias mãos.
Têm portanto razão os que estão agora a dormir mal por causa dessa possibilidade, que as sondagens têm reforçado. E quanto pior dormem, mais tentam sair do seu caminho para impedir que o candidato republicano ascenda ao poder e - nesse processo - mais se expõem à fúria justiceira de um mandato presidencial interpretado pelo seu inimigo de estimação.
E porque nada nos diz que mesmo que acabe na prisão, Trump não possa ganhar as eleições, para retirar o rabo da boca a esta pescadinha só há uma solução certa e definitiva: corromper o processo eleitoral ou eliminá-lo de todo.
E, sim, esse parece-me o cenário mais plausível.