"Existe um tipo de vespa, a Hymenoepimecis sp., cujo comportamento foi estudado pelo biólogo William Eberhard do Smithsonian Tropical Research Institute, na Costa Rica, e que é classificada como sendo um parasita manipulador. O hospedeiro desta vespa é a aranha Plesiometa argyra. Na altura da desova, a Hymenoepimecis sp. pica a Plesiometa argyra quando esta se encontra urdindo a sua teia, injectando-lhe uma substância tóxica no corpo que a paralisa por completo. Depois de a Plesiometa argyra se prostrar imóvel pela acção do veneno, a vespa deposita os ovos no seu corpo e aguarda que a aranha recupere a consciência, assim que atenuados alguns dos efeitos do veneno. Sucede que, a partir dessa altura, a aranha passa a carregar no seu corpo as larvas da vespa manipuladora, crias que nas semanas seguintes vão ter como alimento o próprio sangue da aranha. O suplício durará alguns dias, ao longo das quais a aranha continuará a urdir a sua teia enquanto as larvas da vespa se alimentam e crescem no seu interior. Até que algo inaudito acontece. De um momento para o outro, a aranha, induzida quimicamente pelas larvas, muda o seu comportamento e altera radicalmente a forma como urde a teia, assim como sua própria geometria. Abandona o desenho em espiral e passa a construir uma rede com apenas quatro fios, suspensos em forma de cruz. Quando essa cruz fica concluída, a larva come a aranha e com os seus fluidos constrói o casulo onde se dará a sua metamorfose final, ficando suspensa, em segurança, dos quatros fios da teia que ardilosamente levou a aranha a construir. Finalmente voa, prosseguindo o seu ciclo vital."
quinta-feira, maio 30, 2024
Mais insectos zombie.
O Contra já publicou um artigo sobre este sinistro fenómeno dos insectos zombie. Mas num texto que será publicado no próximo sábado, Bruno Santos revela um outro caso, ainda mais arrepiante, se possível: