Não porque a União Europeia seja uma entidade de inspiração constitucional, de fundamentos democráticos e liberais (no sentido clássico do termo). Não é.
Não porque o Parlamento Europeu seja instrumental numa ofensiva contra as elites neo-liberais que estão instaladas nas verdadeiras estruturas de poder do Velho Continente. Está longe de o ser.
Não porque uma vaga populista se mostre a curto prazo eficiente contra a maré globalista. Que se desenganem os optimistas.
Não porque alguma coisa de substancial vá de repente mudar nas políticas da agenda 20/30, no triunfo aberrante da ideologia de género ou no apoio criminoso do bloco ocidental ao regime Zelensky. Não vai.
Não porque von der Leyen seja através do voto corrida de Bruxelas para o pior buraco do inferno, que é precisamente o sítio para onde devia ser corrida. Lamentavelmente, teremos que ser pacientes.
Não porque no conteúdo destas urnas se encontrem as fundações de um regresso aos mais nobres valores da civilização ocidental, ou até os alicerces, mesmo que tímidos, que impeçam o declínio que é já incontornável do mundo em que fomos criados e dos valores morais que consideramos sagrados. Não vale a pena esperar milagres.
Não porque estas eleições sejam mais de que um processo de fachada, que tenta disfarçar o regime despótico a que fomos subjugados, nos últimos 30 anos. Não são agora nem serão tão cedo.
Não porque estas eleições constituam sequer o princípio do fim de uma era de trevas, protagonizada por líderes vis, fracos, mesquinhos, pequenos, autoritários, arrogantes, irresponsáveis e alienados. Esse momento iniciático, a acontecer, terá contornos diferentes e instrumentos diversos.
Não porque o voto faça diferença nas actuais dinâmicas de poder no Ocidente. Não faz.
Devemos ir votar pela razão mais simples, mais básica, mais óbvia, mais válida de todas as que agora são possíveis:
Para que os nossos inimigos saibam da dimensão do exército que têm que continuar a enfrentar para cumprir os seus sinistros objectivos.
Para que durmam menos bem, sabendo que estamos aqui, dissidentes, firmes, e que mesmo sabendo que a democracia é hoje, no Ocidente, um mito, um embuste de prestidigitação que esconde a tirania concreta que levantaram sobre a nossa vontade, não estamos dispostos a aceitá-la.
Para que oiçam a nossa voz, que lhes diz: Não.
Para que vivam com a nossa teimosa insistência em sermos livres criaturas de Deus.
Para que percebam que terão sempre pela frente milhões de pessoas que querem ser donas dos seus destinos.
Para que nos temam. Porque - é bom que sobre isto não restem dúvidas - eles temem-nos.
Para que o medo que as cúpulas corporativas tanto gostam de usar contra as massas, seja agora usado pelas massas contra as cúpulas corporativas.
É para que as elites vivam no medo, que devemos ir votar no Domingo.