quarta-feira, julho 03, 2024

Tour de France: À quarta etapa, uma sobredose de informação.

Depois de corrida a primeira etapa de montanha a sério deste muito esperado Tour de France, que terminava na subida e na descida do terrível Galibier, é possível tirar já várias conclusões: 

Que Vingegaard não está na condição hercúlea que mostrou nas duas últimas edições, por força de se ter partido todo no País Basco, há uns meses atrás; que Pogačar, parecendo mais forte, também não está num pico de forma monstruoso, talvez a pagar o preço da sua vitória no Giro, há menos de dois meses; que João Almeida, contra as minha próprias expectativas, parece ser o mais fíavel companheiro de aventuras do esloveno, já que Adam Yates não está com pernas para acompanhar os melhores e Juan Ayuso é, basicamente, um canalha, que não está minimamente interessado em favorecer o esforço de equipa e tem como objectivo claramente um lugar no pódio (Almeida bem que barafustou, mas o espanhol limitou-se a fingir que pertencia à UAE em vez de estar a correr por conta própria, que é o que acontece de facto).

Também ficámos a saber que, na Ineos, Bernau ainda não chegou ao nível performativo de outros tempos, que ainda não é desta que Thomas Pidcock convence como candidato ao pódio de uma competição de três semana (se é que alguma vez o vai ser) e que o verdadeiro líder da equipa britânica que tem mais dinheiro que resultados é Carlos Rodriguez, à semelhança do que aconteceu no ano passado.

Fomos acrescidamente informados que Carapaz não está no Tour para lutar por um lugar nos dez primeiros; que Enric Mas não está com pedalada para mais que tentar ganhar uma etapa; que Renco Evenepoel pode dar alguma luta aos dois extraterrestres que têm dominado as últimas edições da mais importante prova ciclística da galáxia, considerando os muitos quilómetros de contra-relógio que é necessário cumprir (trata-se afinal do campeão mundial da coisa); e que Roglic está a ficar velho para estes esticões, embora se vá aguentando à bronca, Deus sabe com que sofrimentos.

E pronto, é isto. Que não é pouco.