Hoje em dia
Ser de companhia é extremamente
Perigoso
A estupidez
É uma espécie
De terrorismo
Há invisuais
E depois há cegos
Que julgam ver
Mesmo sem fé
Estou a apostar tudo
Em Cristo
O pior vai ser
Quando for
Tarde demais
Estou a ler
Ecclesiastes e daí
O tom soturno
As velas escondem
Os desvios
Da ortografia
Quente noite de Setembro -
Até as gaivotas
Transpiram
Ao domingo a baía
Enerva-se -
Fico na falésia
É bom ouvir no sossego
O barulho que faz
O bulício
A marinha alemã
Ancorou na baía
- Intromissos
Traição -
As tuas forças armadas não defendem
Os teus valores
Insegurança -
É a corveta alemã que patrulha
as águas do meu país
Tragédia -
A Costa Azul está agora ao cuidado
Da corveta germânica
A tropa da Europa
É uma anedota
De caserna
Comandos woke -
Ganham batalhas
Com ataques de pânico
Antifa -
A mais bem sucedida guerrilha
De cobardes
É possível mudar o mundo
Com um ataque
Histérico
O Keir Starmer quer ser
Lenine quando for
Grande
Se o Macron mandasse
O anús de cada um
Seria propriedade do estado
Paro de gritar
Quando for
Representado
Cristo não escreveu
Um parágrafo -
Eloquência
A palavra dita
É efémera -
Ou perpétua
A oralidade
Pode transformar-se
Em tinta
São tantos os haikus
Que o caderno
Engorda
A minha cadela faz mais amigos
Do que me é
Conveniente
Saúdas a patente -
O Álvaro só faz continência
Ao Cenoura
O Cenoura é patrão -
Gaivotas e ratos
Em pânico
Estreito moleskine -
O haiku colide
Com a biografia de César
Fosse a noite mais agradável
E Deus estava aqui a beber um copo
Comigo