segunda-feira, novembro 11, 2024

Celebridades: de pesos pesados a plumas na arena da opinião pública.

Uma das conclusões que somos obrigados a tirar destas eleições é que as celebridades já não são o que eram. Emagreceram drasticamente e de pesos pesados passaram a pesos plumas no espaço de uma década. Actores, músicos, comediantes, apresentadores televisivos e outros famosos influenciadores já não influenciam como influenciavam.

Senão vejamos uma necessariamente curta lista de algumas destas personalidades que endossaram a candidatura de Kamala Harris (porque são aos milhares):

Actores: George Clooney, Julia Roberts, Oprah, Robert DeNiro, Will Ferrel, Richard Gere, Harrison Ford, Reese Witherspoon, Madonna, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Jennifer Aniston, Arnold Schwarzenegger, Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Ben Stiller, Jeff Bridges, Sigourney Weaver, Michael Keaton.

Músicos: Bono Vox, Taylor Swift, Beyoncé, Eminem, Jennifer Lopez, Mick Jagger, Lady Gaga, Madonna, Cher, Neil Young, Bruce Springsteeen, Billie Eilish, Stevie Wonder.

Comediantes: John Oliver, Jimmy Kimmel, Stephen Colbert, Jimmy Fallon.

Tantos, tão famosos e ninguém lhes ligou nenhuma. 

Alguém lhes devia dizer que a sua opinião política é irrelevante, que a sua sobranceria moral é desajustada, e que a sua pretensão elitista é constrangedora.

São artistas de circo. E, com o devido respeito a trapezistas, equilibristas, palhaços e domadores de leões, cujo ofício tem a dignidade do risco e do riso, ninguém no seu perfeito juízo os quer ouvir sobre as questões mais sérias da existência.

São aves raras, criaturas do jardim zoológico da demência humana, alienígenas de luxo, cuja opulência alimentamos para que nos entretenham o tédio.

Se querem permanecer relevantes, será talvez preferível falarem às massas dos assuntos em que são peritos. Se são pantomineiros, falem de cinema. Se são jograis, falem de música. Se são bobos, contem anedotas. Se são 'monstros sagrados do entretenimento', entretenham. Mas poupem-nos à consultoria ideológica.

Porque a verdade é esta: Se estas figurinhas manifestassem capacidade cultural e fôlego intelectual para a ciência política não seriam pantomineiros, nem jograis, nem bobos.