domingo, junho 29, 2025

Bohemian Rhapsody: uma ópera diabólica em sete atos.

Bohemian Rhapsody é confissão, rito, epifania. É a Missa Negra de um homem dividido entre o palco e o abismo. Mercury talvez não tenha sido um teólogo, mas foi - como tantos pecadores lúcidos - um profeta sem batina. A crónica de domingo de Walter Biancardine.



Donald Trump tem um plano novo para acabar com a guerra em Gaza.

Donald J. Trump está a liderar uma iniciativa de paz no Médio Oriente que envolve as nações árabes, que intervirão para administrar a Faixa de Gaza no lugar do Hamas. O plano incentiva a emigração de palestinianos. Imaginem para onde.


 

Breve e Funerária História do Canal do Panamá.

É uma maravilha do mundo moderno, é uma artéria no frémito eterno da passagem de cá para lá; o Canal do Panamá.


 

Quem é Peter Thiel?

 O mais poderoso e influente dos homens sombra da administração Trump, pensa isto sobre a humanidade:

Não há aqui qualquer margem para dúvida: Peter Thiel é um transhumanista. 

É também fundador de uma das mais sinistras tecnológicas americanas: a Palantir. 

É também fundador da PayPal, e enquanto CEO da empresa, mandou fechar contas dissidentes da narrativa Covid. 

É também um militante membro da seita de globalistas satânicos conhecida como Grupo  Bilderberg. 

Assim sendo, convém acrescidamente alertar aqueles que, como eu, têm uma boa impressão de JD Vance, que Thiel é o mentor assumido do actual vice-presidente dos EUA. 

Ou seja: os americanos estão entregues aos senhores do universo. E nós também.

E todos os cristãos. 

PQP 

Hungria vota NÃO à adesão da Ucrânia à UE.

Na sequência dos resultados de uma consulta nacional realizada pelo governo, na qual 95% dos eleitores se opuseram à adesão da Ucrânia à UE, a Hungria vai manter a sua intenção de vetar a candidatura de Kiev. 



Muito mais que a página de um amigo.

O Rafael Pinto Borges decidiu, em boa hora, criar uma página no Substack. Àqueles que não sabem quem ele é, digo-vos desde já que é uma daquelas pessoas que despejam esperança, num país onde a esperança está em vias de extinção. E como exerce profissão política, se bem que nos bastidores da coisa, não será conveniente dizer muito mais a não ser isto: é meu amigo, tem os valores no sítio certo e é senhor de uma cultura assombrosa, considerando até a idade que tem. É precisamente aquilo que Portugal precisa: um intelectual populista, que não tem receio nenhum de fazer política. 

Não sei se consigo recomendar a prosa do Rafael como ela merece ser recomendada. Mas quem segue o Blogville  e o Contracultura perceberá perfeitamente que se trata de um convite irrecusável. 

Contra Eclesiastes.

 Sou um fanático do Eclesiastes:

Palavras do Pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.
Vaidade de vaidades, diz o Pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre.
Também o sol se levanta e o sol se põe, e volta ao seu lugar, e aí torna a nascer.
O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e sobre a sua volta torna o vento.
Todos os rios vão para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para lá tendem a voltar a correr.
Todas as coisas são trabalhosas; o homem não pode exprimir. Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.
O que foi, isso que há de ser; e o que se fez, isso é o que se há de fazer; de modo que nada há de novo debaixo do sol.

Eclesiastes 1:9

Ainda assim, o proveito que tenho do meu trabalho é a vaidade, que Eclesiastes diz espúria. A vaidade de cumprir a missão a que me dediquei em 2022: relegar para segundo plano o meu ofício de publicitário, sacrificar rendimentos e a vontade de somar confortos materiais, e entregar-me à Verdade que sinto transcendente e ao combate em nome dela.

E estou a cumpri-la e tiro prazer, sem bem que volátil e fútil, bem sei, de olhar para esta frente de loja (que não vende nada a ninguém a não ser a minha convicção):


É bonita e é fiel ao que sei e sinto. E não tem botões e banners e advertências por isto ou por aquilo, que irritam e incomodam o leitor. E, por cima de tudo, é alheia a interesses e agendas que não sejam os meus interesses e as minhas agendas.

É uma prova de que sou livre. 

sábado, junho 28, 2025

Mateus 10:34-39 ou como entender as mais difíceis palavras de Cristo.

Os versículos de Mateus em que Cristo anuncia a espada e o conflito inerentes ao seu ministério configuram uma das passagens mais densas, controversas e de exigente exegese dos quatro evangelhos canónicos. E qualquer leitura alegórica destas palavras será sempre insuficiente.


 

Índice da saúde psicossocial do Ocidente: menos que zero #165



Distopia do Reino Unido: Governo utilizou telenovelas da BBC e da ITV para fazer propaganda sobre vacinas Covid e coagir a conformidade.

Novos documentos tornados públicos confirmam as mais especulativas teorias sobre o carácter distópico da governação no Reino Unido: o executivo de Boris Johnson usou secretamente telenovelas populares para promover a propaganda da vacina durante a pandemia.


 

Socialistas espanhóis atingidos por novo escândalo de corrupção.

Os socialistas espanhóis têm uma ideia do exercício do poder muito parecida com os socialistas portugueses: é uma forma de enriquecimento pessoal e de empobrecimento do país. E Sánchez está agora a braços com mais um enorme escândalo de corrupção no seu círculo interno.


Don’t Tell Mom I’m Going To Bakhmut

sexta-feira, junho 27, 2025

Men didn't go anywhere. They are just avoiding ugly & insufferable feminist NYT reporters like you, my dear.


Na cimeira da NATO, Georgia Meloni experimentou o produto de Zelensky, nitidamente.

Mas não lhe caiu lá muito bem:

 
O consumo de estupefacientes pelas elites não é novo, claro. Mas nunca como hoje foi tão transparente. Como se já nem valesse a pena o decoro.

Afinal, eles sabem que os bois que governam estão de tal forma domesticados que já nem vale a pena disfarçar o hábito da cocaína. Não será esse detalhe por certo que os vai desviar do caminho para o matadouro.

NATO: para que te quero?

A NATO não só é incapaz de nos defender das ameaças concretas que temos que enfrentar, como, dado o seu niilismo geo-estratégico, nos coloca na mira das nações que considera hostis. Passaríamos melhor sem nos associarmos a esta organização criminosa.


 

Vamos brincar ao faz de conta.

Tucker Carlson e Marjorie Taylor Green representam aqui uma cena tragico-cómica da grande comédia americana: por um lado criticam ferozmente a maior parte das tendências e dos grupos de interesse que estão infiltrados da Casa Branca e que comandam a sua política externa. Por outro declaram fidelidade incorruptível a Donald Trump. Podemos resumir todo o podcast desta forma:

Tucker: Parem de matar crianças na Palestina!
Majorie: De facto, o Congresso está cheio de genocidas, mas eu amo o Presidente porque só mata adolescentes no Iémen. 

Tucker: Os sionistas deviam ser corridos de Washington!
Marjorie: Absolutamente, mas devemos agradecer a Deus por Donald Trump lhes fazer a vontade apenas nos dias ímpares.

Percebe-se perfeitamente que há um desconforto grande com muitas das políticas de Donald Trump - e com os falcões que infestam a Sala Oval - na ala populista do Partido Republicano, mas como o magnata de Queens é na verdade tudo o que os separa de uma nova dinastia de neoconservadores ou de um presidente de extrema esquerda, há que fingir, disfarçar, assobiar para o lado, cerrar os dentes e seguir em frente.

Desconfio porém que a pantomina não vai durar para sempre. 

Relatório preliminar de inteligência dos EUA: ataques aéreos não destruíram a capacidade nuclear do Irão.

Tudo não passou de um teatral embuste: Os ataques aéreos dos EUA não destruíram a capacidade nuclear do Irão e apenas a atrasaram por alguns meses, de acordo com uma avaliação preliminar dos serviços de inteligência americanos. 



Substituição demográfica: Alemanha bate o recorde de naturalizações em 2024, com sírios e turcos no topo da lista.

Na Alemanha, um número recorde de estrangeiros foi naturalizado em 2024, com sírios e turcos a obterem a cidadania na taxa mais alta. O processo de substituição demográfica neste país está agora em velocidade de cruzeiro. E será praticamente impossível de deter.


 


Funcionário da administração Trump: Director da CIA agiu como “estenógrafo da Mossad”.

Um funcionário da Casa Branca afirmou que a Mossad de Israel usou o director da CIA, John Ratcliffe, e o general Michael Kurilla, do CENTCOM dos EUA, para influenciar Trump com informações falsas sobre o programa nuclear do Irão.


A UE é agora a União da mutilação genital de crianças.

Se o Tribunal de Justiça Europeu confirmar que a doutrinação LGBT e a sexualização de menores é legalmente mandatória, a UE transforma-se em definitivo num clube progressista autoritário, onde os conservadores não têm lugar e serão perseguidos. Uma crónica de Afonso Belisário.


quarta-feira, junho 25, 2025

Trump passa-se com israelitas e iranianos por desrespeitarem a sua ordem de cessar-fogo: “Eles não sabem que merda estão a fazer!”

Donald Trump expressou, de forma profana, a sua frustração com Israel e o Irão, por não terem respeitado o cessar-fogo que ele próprio decretou e por não saberem o que estão a fazer. Mas se calhar quem menos sabe aquilo que está a fazer até é o presidente americano.



Índice da saúde psicossocial do Ocidente: menos que zero #164


Uma nova abominação: FDA aprova vacina contra a COVID produzida em células de insectos infectados.

Com base num estudo com apenas 14 pessoas, a entidade reguladora americana aprovou uma nova vacina Covid produzida a partir de células de insectos, através de um método de engenharia genética que apresenta riscos de contaminação do DNA humano.


 

Paz na Ucrânia: uma miragem? O possível ponto da situação.

O Embaixador Francisco Henriques da Silva traça o quadro geral da guerra na Ucrânia, num ensaio que apela aos responsáveis políticos dos dois lados da contenda para que assumam as suas responsabilidades e encontrem enfim um caminho para a paz.


 

Há que dar poder a quem tem nojo do poder.

Como sou, regra geral, um crítico acérrimo de TODOS os políticos, é natural que aqueles que me leêm se perguntem: mas que porra de gajo é que este animal queria ver no poder?

A resposta, por acaso, é muito simples: eu gostaria que as instâncias do poder político no Ocidente fossem interpretadas por amadores. Quero eu dizer, por pessoas como tu e eu, estimado leitor, que desejam tudo menos serem políticos e deterem poder político. Só merece o poder quem tem nojo do poder (sobre este assunto, será recomendável ler Marco Aurélio).

Ora, neste contexto taxonómico, o político amador que mais considero, nesta altura do campeonato, é um senhor chamado Thomas Massie, que já foi algumas vezes mencionado aqui no blog, e no Contra também

Odiado de morte por Donald Trump, porque acha que o governo federal deve ser emagrecido radicalmente e radicalmente comedido em gastos, e porque acha que os Estados Unidos não se devem envolver em guerras só para alimentarem o complexo militar e industrial do país, a sede de sangue dos apparatchiks de Washington e a pressão sionista, o representante populista/libertário/republicano da câmara baixa do Congresso é um tesouro em forma humana. Quando está em Washington DC, vive numa autocaravana, no parque de estacionamento do Capitólio. Quando está na sua quinta de Kentucky, vive de tal forma independente que produz tudo o que necessita, incluindo alimentação e energia.

Massie é o verdadeiro dissidente da Câmara dos Representantes. Obstinadamente fiel aos seus princípios, destemido e irreverente e batalhador até ao limite do senso comum, este homem detesta fazer política (é um realizado engenheiro eléctrico), mas adora a possibilidade de contrariar as ambições dos políticos. Está na profissão por ódio da profissão. E esta participação no podcast de Theo Von, que, apesar dos seus 4 milhões de subscritores, é um produto mediático de tal forma informal e fora da caixa que é evitado pela "gente séria" da política americana, faz prova disso mesmo.

No paleolítico inferior, quando a MTV era um canal de música.

 
Oasis
. MTV Most Wanted . 1994

terça-feira, junho 24, 2025

Índice da saúde psicossocial do Ocidente: menos que zero #163


And you, sir, don't know what the f*** you're doing either.

Donald Trump está muito zangado porque as lideranças do Irão e de Israel não respeitaram o cessar-fogo que decretou ontem, e "não sabem a merda que estão a fazer" (para não levar a tradução a um palavrão mais literal).


Acontece que Donald Trump será, provavelmente, o líder que menor ideia tem da merda que está a fazer. 

Porque se tivesse um mínimo de lucidez não se tinha enfiado neste pesadelo nem tinha bombardeado o Irão (desastrosamente e para consequência nenhuma) nem apoiado o ataque de Israel, nem permitido o genocídio em Gaza. 

Já para não falar na sua também catastrófica - e igualmente inútil - interferência na guerra da Ucrânia.

Donald Trump anuncia o fim do seu teatro de alto risco.

Donald Trump fechou ontem, com um anúncio de cessar-fogo no Médio Oriente que será de eficácia duvidosa, o circo de ilusão e artifício que criou no Irão. Mas o mundo só ficou mais perigoso, porque agora ninguém sabe onde foi parar o urânio enriquecido iraniano.


França: 145 mulheres foram alvo de ataques com seringas durante um festival nacional de música.

Em França, a 'festa da música' transformou-se rapidamente na festa da 'diversidade'. Com os resultados do costume: caos, violência, e as mulheres como alvo preferencial.


 

Microsoft bloqueia mensagens de correio electrónico internas com o termo ‘Palestina’.

A Microsoft revelou que os e-mails internos que contêm termos como ‘Gaza’ e 'Genocídio' estão a ser censurados. Mas se utilizar a rede de uma empresa para enviar manifestos políticos é inapropriado, porquê restringir a iniciativa apenas a mensagens relacionadas com a Palestina?


Um boneco eloquente.

Nunca tantos desconfiaram tanto.


Circo máximo.

"A maior operação militar da história" será ao invés "o maior embaraço militar da história americana". O ataque às instalações nucleares iranianas deixou apenas o mundo mais inseguro do que estava antes, porque essas instalações permanecem operacionais (os bombardeamentos não foram tecnicamente adequados à robustez dos alvos), e porque os iranianos foram avisados a tempo, e deslocaram todo o urânio enriquecido para parte incerta. Antes sabíamos todos onde estava. Agora até pode estar na Coreia do Norte, dada a total ausência de informação sobre o seu destino último.

O teatrinho de alto risco de Donald Trump, que ainda há umas horas atrás anunciou um muito duvidoso cessar fogo entre Israel e o Irão, depois de ter permitido que Teerão atingisse uma base americana no Catar - um ataque igualmente encenado - é uma coisa inaudita, como se a guerra fosse agora uma espécie de espectáculo político, coreografado com máquinas apocalípticas e bombas de biliões de dólares, entre posts risíveis no Truth Social, falsas rondas de negociações e o genocídio na Palestina.

Quem tem conta no X, deve visitar este thread dividido em dez pontos de Dmitry Medved:

 
Quem não tem, fica na esclarecida companhia dos dois Alexandres, que mal acreditam na incompetência, na estupidez e na desfaçatez da actual Casa Branca. 


Administração Trump avisou Irão antes do ataque. Que é capaz de não ter sido tão bem sucedido como isso.

Estão a fazer da guerra uma actividade circense: a administração Trump avisou as autoridades iranianas antes do ataque de sábado, e a acção militar não anulou a capacidade de enriquecimento de urânio de Teerão, apesar dos gritos da propaganda ocidental.