sexta-feira, setembro 19, 2025

Pior do que podemos imaginar: o FBI e a falência técnica e moral da federação americana.

Tudo o que está a acontecer à volta do assassinato de Charlie Kirk é revelador sobre o estado de saúde da federação americana: guerra aberta entre populistas e populistas, entre neocons e populistas, entre conservadores e liberais, entre liberais e populistas, entre liberais e liberais. Há quem festeje a morte, há quem apele à vingança, há quem minta descaradamente, há quem capitalize a desgraça, há quem aproveite a oportunidade para criar manobras de diversão completamente destituídas de valor factual - e legal (adivinhem quem), enfim, um bordel sem nome.

Mas a cereja em cima deste bolo de merda é o comportamento do FBI, que chega a ser doloroso de testemunhar. A agência onde a credibilidade vai para morrer tinha aqui uma possibilidade crítica para tentar limpar a sua imagem e agir, por uma vez, com honestidade, transparência e competência. O que é que faz? Mete os pés pelas mãos de tal forma que corre o risco até de perder o caso contra Tyler Robinson em tribunal, de tal forma são contraditórias, escassas e questionáveis as evidências; de tal forma é frágil todo o processo de investigação e identificação do atirador.

Um exemplo deste descalabro é a sequência vídeo que a agência divulgou 24 horas depois do atentado e que mostra o suspeito a correr pelo telhado de onde tinha alegadamente atingido a vítima e a saltar desse telhado para o solo. Apesar do ângulo de captação da imagem permitir perfeitamente que nos fosse mostrado o momento em que Tyler monta a arma que, alegadamente, trazia desmontada, bem como o momento em que faz o disparo, a sequência mostra apenas a fuga do suspeito, depois de ter cometido o crime. Não vemos a arma, nem vemos o acto criminoso. Só a correria.

Porquê? 

No clip em baixo, Blake Bednarz, um jovem jornalista independente que decidiu analisar as "evidências" em vídeo apresentadas pelo FBI, faz um resumo das suas descobertas num segmento do Redacted de ontem, incluindo a omissão de imagens decisivas, drones que passam sobre o local do crime a velocidades supersónicas e até a presença de um avião espião do Pentágono, que sobrevoa a área no momento do atentado.

É impossível inventar esta porcaria. 

  

E ainda por cima: Arctic Frost.

Para ajudar à palhaçada e ao caos e à suspeição (se necessário fosse), ficámos ontem a saber que o FBI tinha colocado a organização de Charlie Kirk na mira de uma investigação relacionada com o 6 de Janeiro.

O Comité Judiciário do Senado revelou na terça-feira que um denunciante tinha exposto que a fundação conservadora Turnpoint USA ou TPUSA foi alvo do programa 'Arctic Frost', liderado pelo FBI, durante o mandato do ex-presidente Joe Biden.

Alguns exemplos dos grupos que o FBI colocou sob investigação pidesca incluem o Comité Nacional Republicano, a Associação dos Procuradores-Gerais Republicanos os grupos políticos ligados a Trump. No total, 92 alvos republicanos, incluindo grupos republicanos e indivíduos ligados ao Partido Republicano, foram colocados sob o âmbito de investigação do Arctic Frost, segundo afirmou o senador do Iowa, Chuck Grassley.

Nessa lista política estava um dos grupos de Charlie Kirk, o Turning Point USA.