sexta-feira, dezembro 17, 2004

Quando for grande quero ser como o Jay.

A figura decadente e ridícula que responde quando lhe chamam Herman (Zé Gordo para os amigos, Loura Burra para os trolhas de Azeitão), acorda todos os dias com a mesma mania de esquizofrénica natureza: “Quando for grande, quero ser como o Jay Leno”. O pobre triste não sabe que não tem o país do Jay Leno, o talento do Jay Leno, a máquina de produção do Jay Leno, o humor do Jay Leno, o saber receber e o saber estar do Jay Leno, o sentido de espectáculo do Jay Leno e, fundamentalmente, não sabe esta cavalgadura que nunca terá a elegância, a sensibilidade e a inteligência do Jay Leno. Claro está que sai esta ignorância de sobremaneira dispendiosa aos escassos recursos em bom senso e bom gosto que a nação ainda assim vai comedidamente aforrando.
Na imagem, Jay conversa com um impecavelmente engomado e imaculadamente barbeado Michael Moore num dos mais memoráveis eventos televisivos que tive oportunidade de assistir no ano de 2004. Perante o ilustre convidado, aposto a minha reputação como jogador de matraquilhos que o nosso abstruso Herman José iniciaria a conversa perguntando-lhe logo quanto é que paga de impostos. E ainda antes que o Mike pudesse estender uma resposta, já estaria o ovo estrelado a inventar um insulto qualquer, próprio de um invejoso profissional. O Jay, que não quer saber de coisas pequenas para nada, perguntou-lhe antes: "Como é que se perdem estas eleições?" Michael Moore fez a sua pausa de buda. E com toda a tranquilidade de um homem que vive num país livre, respondeu: “os republicanpos tinham uma boa história para contar. Nós, democratas, nunca fomos grande coisa a contar histórias”. Herman José: eat your heart out.