Apesar da especulação dos preços e das manchetes fáceis, não existe qualquer risco de crise energética. É verdade que consumimos cada vez mais petróleo, mas as reservas conhecidas nunca foram tão vastas, calculando-se que são suficientes para mais 45 anos. Isto, no entanto, não quer dizer que existam apenas jazidas petrolíferas para mais 45 anos. Entre reservas não identificadas e melhoramentos de eficiência na extracção e na utilização (um poço fecha hoje em dia com dois terços do petróleo por extrair), temos petróleo para séculos.
O óleo de xisto, um recurso alternativo ao petróleo, de conteúdo energético oito vezes superior e 242 vezes mais abundante, está à disposição da indústria humana, sem grandes problemas de conversão.
De qualquer forma, o ritmo exponencial da utilização das energias renováveis poderia tranquilizar mesmo os mais cépticos, se fossem bem informados. Desde 1970 que a energia solar tem descido de preço à média de 30% por década e prevê-se que em 2065 terá substituido praticamente todas as outras formas de energia. Com a capacidade actual das células fotovoltaicas, a totalidade das necessidades energéticas contemporâneas seriam satisfeitas utilizando uma árera correspondente a 2,6% do deserto sariano. "Tal como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras, a Era do Petróleo irá acabar - mas não por falta de petróleo."