Era uma vez um gajo que estava sózinho num quadrado e em guerra com toda a gente porque o mundo não lhe fazia a vontade e ele achava simplesmente irritante que ninguém percebesse do seu génio político até porque não há génio político que se lhe compare ou poeta que lhe transtorne os imaculados calcanhares.
Era uma vez Narciso Triste, candidato imbatível às presidenciais da inconsciência, distraído de espelhos como despido de humildade, velha glória da terceira república que agora morre e mesmo assim o senhor da nova política e da alternativa credível. Antifascista de suspensórios, senador na assembleia de si mesmo e todo ufano e todo ofendido, eis que discursa com pose de estadista encornado para a audiência de tasca que o aplaude, circunspecta.
Era uma vez a paciência.