quarta-feira, abril 26, 2006

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ELES ANDAM AÍ.

Vêm lá dos confins do espaço
em busca dos desertos americanos.
Aconchegados em discos de aço
vão chegando os marcianos.

Olhos espirais, antenas telepatas
e espertas orelhas pontiagudas:
são assim p'ró feinho os piratas
do Triângulo das Bermudas.

Uns vêm e deixam saudades,
outros por fome de carne humana.
Contra todas as probabilidades
visitam-nos uma vez por semana.

Não há como negar o facto:
eles andam aí e são apanhados
a construir aeroportos no mato
e a ceifar o trigo dos prados.

Arriscam-se à bestial pestilência
dos encontros de grau terceiro.
Amiúde, deixam descendência,
são fornicadores em passeio.

Habitam há que tempos a História,
deixaram-nos príncipes e faraós,
(as pirâmides são prova e memória
de que nunca estivemos sós).

Escreveram tábuas e pautas
para mitos, cultos e religiões:
são os deuses astronautas
que aterram aos trambolhões.

Ou, em vez dos antigos mundos
(quem sabe desta aventura?),
discos e seres são oriundos
de uma qualquer era futura.

Podem até ser sapiens em férias,
do século D.C. quarenta e tal.
Tiram fotografias, trocam pilhérias,
vêem em safari temporal.

Na verdade nem me interessa
de onde vêem e para onde vão.
Gosto é de os ver assim com pressa
em imagens de baixa resolução.