Tempos houve em que aqui no blog se escrevia fartamente, bem e mal. Escreve-se quase nada, nos tempos de agora. Escrevo cada vez menos que é como quem diz: penso cada vez menos.
Não tenho vagar para pensar. Não porque me escasseie o tempo, mas porque me falta o tesão. Mantenho-me neste silêncio que é um silêncio resultado da dificuldade de entender o mundo. E da humildade a que os anos obrigam. E da arrogância que os anos exigem. Limito-me a alguns, moderados, hábitos de sempre: a música a bombar, os livros a sério, as corridas virtuais. Este blog transformou-se num registo de costumes. Sim, coitado do Blogville, tão vulgar de existências! Sim coitado do seu autor, tão despejado de inspiração que consegue apenas um ou dois poemetas por trimestre, se tanto! E sim, outrossim, coitado do Hasse Paixão que está agora mesmo a rebolar-se convulsivamente por saudades da inocência do outro maluco que dissertava aqui sobre a heteronímia de Platão, o erro de Einstein, as Variações de Goldberg, a herança de Homero, as Vozes da Poesia Europeia ou a Mitologia da Saudade.
Pobre blogger sem musas, que é feito de ti, tagarela?