sábado, junho 23, 2012

Espanholitos borraditos

POR MIKE BRAMBLE

Estou há uma semana no Algarve, a escassos quilómetros da fronteira com Espanha. O belo Guadiana à vista. O Sol é imperador, mas têm vindo maus ventos de Espanha. Até no centro da Europa, no último jogo com a Croácia, a ‘roja’ balbuciou e esteve em palpos de aranha para não perder.
Começaram os pupilos de Del Bosque com aquele soporífero esquema de passe interminável – ‘tiki-taka’, que bosta de apodo. E de jogo sem prazer. Tudo entre cinco e dez metros. No rectângulo televisivo desaparecem do campo as linhas da grande área. Outra versão do futebol sem balizas.
Enfim, a Croácia lá foi mostrando que tinha mais poder letal, mas há dias assim. E há árbitros muito convenientes para certas manigâncias. ‘Nuestros hermanos’ borraram-se todos, mas continuam ufanos e soberbos. De que ‘no hay dos sin tres’.
Pois, pois… Bilic esteve quase a dar-lhes o chá que merecem. Os poucos milhares de espanhóis que por aqui ainda sirigaitam exsudavam: medo, apenas. Depois de um penalty não assinalado, de uma expulsão não assumida e de um dos golos mais polémicos do Euro, tudo bate com uma arbitragem miserável de um alemão. Estes germânicos estão cada vez piores a liderar qualquer coisa sem o poder militar do seu lado- Com estes ‘regalos’, os espanholitos ‘borraditos’ já estão a discutir qual é que é a melhor equipa para defrontarem nos quartos-de-final. E nas meias-finais. E na final. Enfim, a má vizinhança e os maus ventos são uma sina que nos cerca há quase um milénio.
Ao invés, por cá vai-se discutindo quem dos jogadores não canta o hino nacional. Um debate impossível aqui ao lado. Têm um hino sem letra. Porquê? Para não ferir as susceptibilidades autonómicas. Em África, chama-se a isto etnias. O politicamente correcto já tem vasta experiência curricular em certos lados da Península Ibérica.
Estamos a horas do embate de Espanha com a França. E já sabemos de bandeja: vermelho contra azul, dá Portugal a querer e ter de ajustar contas na próxima quarta-feira!