segunda-feira, junho 18, 2012

Um Grande Bem-Hajam!!!

POR MIKE BRAMBLE


Um Grande Bem-Hajam ou, simplesmente, Parabéns! Dedicados às quinas que há umas horas não quinaram. E que remeteram dinamarqueses e holandeses à burocrática tarefa de fazer as malitas. Sobre o que escrevi aqui há uns dias, tenho a notar que Paulo Bento já ficou com historial nestas fases finais de Europeus ou Mundiais de Futebol.
Mas só a partir de hoje! Conseguiu o feito de sermos os únicos que quando chegaram a fases decisivas dos troféus maiores do futebolês da Velha Europa seguiram sempre em frente, para a fase dos jogos a eliminar. Para mais, vencendo e ajudando a eliminar um vice-campeão mundial em título. Para ele só conta esta edição, mas não desmereceu. Começa a ser currículo…
A selecção lusa perdeu com a Alemanha sem chama, ganhou à até aí surpreendente Dinamarca com denodo e alguma sorte, e certificou o carimbo com galhardia, ânimo e inteligência defronte dos holandeses. A selecção laranja, com arrancos atemorizantes, mas sem carburar na mecânica que já a tornou célebre, engasgou perante Cristiano Ronaldo.
Nesta altura de garbo lusitano, homenageio também um dos maiores da língua Pátria. Gil Vicente, para mais com um apelido apropriado à ocasião. Os holandeses não o devem conhecer. Disse o mestre do teatro português que “mais quero um asno que me carregue que um cavalo que me derrube”, na “Farsa de Inês Pereira”. Mais de cinco séculos passados, o cavalo, sem ofensas, é CR7; a derrubada é a Holanda. O asno que me carregue é uma pluraridade que me exige outro apontamento.
Meio País já assassinou Cristiano Ronaldo em tascas, cafés, ‘snacks’, cafetarias, escritórios, paragens de autocarro ou metropolitano quando não estão em greve, repartições públicas em reajustamento, praias inundadas de desempregados e festivais musicais repletos de filhos de beneficários do rendimento social de inserção. Até nos Passos Perdidos ou nos jardins de São Bento ou de Belém já se terá ventilado este assunto da máxima segurança nacional...
É normal; é o País que temos! Voltemos à bola, para aquilatar os tontos justificativos: que o CR 7 tem um ego do tamanho do Universo. Porque ganha rios de ouro e que tem namoradas bonitas em barda. E só joga à fartazana nos clubes; na selecção é para esquecer!
Ah!, infecta inveja deste rectângulo! Amanhã vão apregoar que sempre sabiam que ele nos iria salvar. Mas o pior não é aquela conversa balofa à esquina, com uma ‘mine’ na mão, uma patanisca na outra e um fumante mal amarfanhado pela bigodaça.
O pior, à séria, reside nesta cáfila de comentadores encartados, gravata encastrada no bócio, a enxamear os nossos écrãs televisivos e a afiar a faca. Agora, devem estar a reorientar o discurso, como está em voga fazer a ‘narrativa’ (!?), em jeito de mau pagador e incompetente profissional.
Pela minha parte, fui esperando que o Cristiano Ronaldo ‘explodisse’ em campo. E nunca vi um jogo dele que desmerecesse desde que se iniciou este Euro. Contra a Alemanha, tirando o Pepe e, talvez, o Nani, poucos da selecção nacional saíram da mediania como ele. Contra a Dinamarca, para mim, já foi um dos melhores. Falhou dois golos, mas deu muito a entreter aos colegas e a sofrer aos adversários, mesmo falhando dois golos de baliza praticamente escancarada. Penso que Nani vai à frente nesta despropositada contabilidade, mas nem por isso, mais uma vez no meu singelo entender, deixa o craque do Manchester United de ser um dos melhores da selecção portuguesa.
Ontem, a exibição de Cristiano Ronaldo pouca margem deu à crítica. Dois golos, dois ferros, duas ou três grandes defesas tiradas a Sketellenburg. O pânico em Krakiv. Ainda bem! Ele tem emprego bem pago pelo que faz como quase ninguém!
Há outros, a tal cáfila a que me referi e que deveria ser referenciada, nome a nome, que nunca mais se emenda. Ou lhes acertam o passo ou a choldra vai prosseguir…
Já agora, gostava eu de saber, se o editorial e um artigo/reportagem/gabinete de curiosidades, publicados na passada quinta-feira por uma revista dita no segmento das ‘news magazines’ nacionais, têm alguma ponta de verdade sobre o que diz passar-se e ter-se passado recentemente na selecção nacional de futebol? Se sim, é um escândalo! Se não, parece-me que há um outro tipo de responsabilidades a apurar junto dessa publicação. Que eu paguei, como alguns milhares de portugueses.