No jornal Público - edição online - podemos hoje aprender como falar do Natal às "crianças ateias e de outras religiões". Este assunto preocupa o Público. Para o público é de pedagógica importância sabermos explicar muito bem às crianças ateias e de outras religiões o que é isto do Natal.
Mais: é pertinente sabermos muito bem como é que os pais dessas crianças lhes explicam o evento.
Seria bom, embora isto escape às prioridades ecuménicas do Público, que soubéssemos explicar o Natal às crianças cristãs, antes de nos dedicarmos a explicá-lo às outras crianças.
E seria óptimo que a jornalista Bárbara Wong, que assina esta didáctica peça, percebesse que um ateu pode ser, e no mundo ocidental geralmente é, concomitantemente um cristão. Para se ser cristão não é preciso acreditar em deus. É preciso acreditar num sistema de valores que se enquadram essencialmente no pensamento de três valentes: Platão, Cristo e Kant.
O Público preocupa-se com este género de coisas, que é para não se preocupar com as coisas que são realmente importantes. É muito mais fácil - e mais barato, claro - deixar essas coisas realmente importantes para outros malucos. Afinal, o Público não edita para mudar o mundo. O Público edita para não dar assim tanto prejuízo como isso.