O mito do milagre económico de Lula.
A estratégia facilitista, manhosa e fatalmente apontada ao fracasso que foi seguida pela esquerda sul americana e acarinhada pelo "bom" pensamento europeu está a dar os seus frutos (podres). Beneficiando de um trend global esquizofrénico que encheu os cofres dos países do terceiro mundo produtores de energia e de mão de obra baratas, personagens sinistros como Hugo Chavez, Evo Morales ou Lula da Silva decidiram despejar parte do lucro fácil pela populaça, como os césares deitavam pão ao povo. Este disparate tem, historicamente, um resultado apenas: a populaça enche a barriga e fica à espera que o pão continue a cair na lama das ruas. E quanto mais pão se despeja nas ruas, mais fome de bifes à borla tem a populaça, a acreditarmos na aritmética de Maslow. Enquanto permaneceram ignorantes e néscios como sempre, incapazes e corruptos como nunca, os brasileiros subiram porém a fasquia dos seus direitos e das suas necessidades. Só que, entretanto, o trend económico oscilou um pouco, o suficiente para oferecer uma clara imagem da realidade. Na verdade, os brasileiros continuam estruturalmente miseráveis, num país que é deveras rico em recursos.
A engenharia social é um perigo grande e não há um exemplo histórico, um só, que a recomende. Sempre que procuramos manipular, por ideologia ou mera volição tecnocrática, o núcleo genético das dinâmicas sociais; sempre que procuramos igualizar ou erradicar, seleccionar ou proteger, sempre que nos damos ao trabalho de condicionar e artificializar a natureza do comportamento social do homem, as coisas mostram uma teimosa tendência para correr muito mal e acabamos, na maior parte das vezes, por morrer alarvemente, em número generoso, nas trincheiras do processo.
Acresce que tentar igualizar uma sociedade distribuindo rendimentos pelas classes desfavorecidas é uma forma bastante capciosa de engenharia social, porque é naturalmente motivada por inescapáveis argumentos eleitorais. E a democracia deixa de existir quando os votos são comprados à cabeça.
Acresce que tentar igualizar uma sociedade distribuindo rendimentos pelas classes desfavorecidas é uma forma bastante capciosa de engenharia social, porque é naturalmente motivada por inescapáveis argumentos eleitorais. E a democracia deixa de existir quando os votos são comprados à cabeça.
O mito do Brasil como país feliz, com gente simpática e encantadora lá dentro.
Lamentavelmente, o Brasil é um país tão feliz como os outros todos, embora tenha o problema acrescido de estar infectado por 200 milhões de brasileiros. E a percentagem de nativos simpáticos e encantadores deve estar dentro da média mundial, que é baixa. Não há assim tanta gente simpática e encantadora no planeta, convenhamos.
Ao invés, o que o Brasil deste momento mostra ao mundo é a infelicidade de um povo pobre e carnavalesco, ávido de um materialismo de pilha galinhas. O Brasil deste momento é um país que entroniza o caos como um valor identitário e que dá a corrupção por inevitável. O Brasil deste momento é a barbárie a que são submetidos os desgraçados que morrem a construir os estádios e que são honrados da forma mais desonrada possível pelas multidões que saem à rua em demonstrações de grosseria tribal, sem se perceber exactamente o que afinal pretendem e quem é que está aos comandos da má criação. O Brasil deste momento é um espectáculo operático de gosto muito duvidoso. Uma espécie de reality show do inferno.
O mito de que realizar mundiais no Terceiro Mundo é uma boa ideia.
É uma péssima ideia. Como são péssimas todas as ideias politicamente correctas, precisamente a classe de ideias de que os senhores da FIFA não são capazes de se cansar. É certo que todas as grandes organizações humanas são disfuncionais, e muito prosaicamente na proporção do seu tamanho, mas a FIFA está, tanto na escala da falência moral como da estupidez operacional, quase-quase ao nível da ONU. Parabéns.