domingo, novembro 23, 2014

A tempestade perfeita.


As últimas 48 horas de António Costa são de pesadelo. Ontem, na véspera de assumir o cargo de Secretário-Geral do Partido Socialista, o seu camarada de armas e referência fundamental, espécie de Obi-Wan Kenobi ao contrário, é detido com aparato mediático, no aeroporto de Lisboa. Hoje, na tomada de posse, não tem remédio a não ser deixar-se espancar pelos jornalistas. Sem querer trair publicamente uma fraqueza de carácter, Costa lá vai falando de "sentimentos pessoais", mas não é capaz de dizer sequer o nome do amigo e nota-se bem que as prioridades estão mais do lado da sobrevivência pessoal do que da solidariedade fraternal. Nem as acusações de conspiração, que eram previsíveis, são bem vindas pela direcção do Partido, tendo sido proferidas apenas pelos desalinhados João Soares e Edite Estrela. É que não há uma saída sem custos políticos para a miserável situação em que se encontra este messias de trazer por casa.
Uma coisa é certa: para que Costa chegue a primeiro-ministro em 2015, vai ter agora que fazer bastante mais do que jogar às escondidas.