sexta-feira, dezembro 19, 2014
Poema do Natal no Estado Islâmico
Muahmmad, o tira-cabeças, sua as estopinhas.
O sol inclina-se já sobre o horizonte calado do deserto
mas ainda há muito que fazer.
Muhammad, o tira-cabeças, prefere enterrar crianças vivas,
mas hoje o Califa - Alá o proteja - decidiu dar novo préstimo
às suas reconhecidas qualidades.
Este biscate é mais cansativo e desagradável
que os trabalhos do costume. Muhammad prefere, de longe,
degolar jornalistas ocidentais.
Muhammad, o tira-cabeças, prefere mil vezes arrumar curdos
na vala comum (até porque isso dá direito, geralmente, a uma voltinha daquelas
com uma infiel bem escolhida).
Abu Bakr, o impiedoso - Alá abençoe o Califa - deu-lhe a ordem
e a Muhammad só resta cumprir, mas ainda assim,
preferia torturar dez xiitas.
Daqui a nada cai a noite e depois vai ser complicado
acertar com os pregos.
Muhammad, o tira-cabeças, já tem as mãos feridas, pelo repetir do martelo.
Os jornalistas ocidentais borram-se todos na altura do fim,
e choram como as crianças na vala não choram,
mas o que Muhammad não daria agora por esse cheiro a medo.
Enquanto, a esforço, prega mais um porco herético à cruz,
Muhammad, o tira-cabeças, pergunta-se:
mas onde foi o califa - Alá o salve de todo o mal - desencantar a madeira necessária
para pendurar tanto cristão?
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Crucificações no Estado Islâmico
Eugène Delacroix, The Death of Sardanapalus, 1844, oil on canvas, 73,7 x 82,4 cm, The Philadelphia Museum of Art.