terça-feira, julho 28, 2015

O erro de Obama.

Segundo a ESA - Agência Espacial Europeia - que nestas coisas e até muito fora do seu mandato, costuma ser extremamente alarmista, o Ártico recuperou, em 2013, 41% do gelo que, segundo a mesma agência, tinha perdido entre 2010 e 2012.
Estes números, claro, não fazem e nunca fizeram sentido nenhum. As variações climáticas do planeta estão completamente fora do domínio deste género triste de aprendizes de feiticeiros, mas não deixa de ser curioso verificar que, mesmo quando os registos são "bons", dá-se-lhes logo o devido spin: esta notícia vem com a consideração esperta que o verão frio de 2013 só atrasou o degelo apocalíptico, que é inevitável. O degelo apocalíptico é inevitável desde os anos 70 do Século XX. Passam as décadas e quem está à espera de se suicidar através do degelo apocalíptico pode esperar sentado. Os filhos dos desgraçados que estão à espera do degelo apocalíptico para morrer também vão poder esperar sentados. Isto é tudo, na verdade, uma anedota sem graça.
O facto, quer queiram quer não, é que as temperaturas médias globais têm diminuído desde 1997 e que os mais recentes estudos sobre o impacto dos oceanos no clima revelam que estamos até a entrar numa época de "cooling down". O simples conceito de temperatura média global é altamente discutível e é claro que estas afirmações estatísticas também são vazias de significado, porque trinta anos na história do clima terráqueo querem dizer tanto como cem ou cinquenta mil e duzentos, ou seja: nadinha. A tese do aquecimento global é de tal forma disparatada que até a sua contestação decai para o ridículo.

Grande e antigo vendedor de mitos multi-apocaliptícos e campeão maluco das causas ecológicas (no sentido pueril e mediático do termo e talvez por falta evidente de outras que impliquem mais coragem e inteligência), o sr. Obama decidiu congratular-se e congratular hoje, através da sua excelsa presença no Facebook, o conglemerado de grandes empresas norte-americanas que decidiram desperdiçar 150 mil milhões de dólares no "combate às alterações climáticas".
A simples pretensão de que 126 mil milhões de dólares podem fazer uma mínima diferença em equílibrios geofísicos com idades mais antigas que a imaginação e que transcendem até o estrito âmbito do planeta (o clima na Terra é directamente influenciado por fenómenos que ocorrem no sistema solar), é demasiado pornográfica para parecer real. Mas a ingenuidade também choca. A Apple, a Microsoft, a Google, a General Motors, as duas coca-colas e o Bank of America, entre outros belos exemplos de máximo cinismo comercial, estão nisto de "reduzir a pegada de carbono no planeta" porque o negócio é bom. O negócio tem um potencial de poupança fiscal escandaloso e os consumidores já estão devidamente infectados com o medo do clima: ser verde vende à brava.
A boa notícia de que Obama fala na sua inominável página social é afinal que a América está a gastar muito dinheiro em marketing. A má notícia que o senhor não confessa, talvez até por ignorância de tudo, é que a América tem uma estratégia de marketing errada.