Volto ao zero,
donde nunca saí, submisso.
Não cheguei a ser o que pensei que seria,
nem mostrei vero,
o que é omisso:
não há tabaco na tabacaria.
Regresso ao fracasso
e ao compromisso,
falido de futuro e falhado da fantasia.
Já fui duro como o aço,
mas deixei-me disso:
não há tabaco na tabacaria.
Decaio no abismo
com um pára-quedas postiço.
Apesar do medo, da vertigem e d'alergia,
recuso o alarmismo
e aceito o enguiço:
não há tabaco na tabacaria.
Volto pela estrada
que nunca fiz, ao serviço
de todos os campeões da vilania.
Não sou nada, nunca serei nada
e, à parte isso,
não há tabaco na tabacaria.
Não sou nada, nunca serei nada
e, à parte isso,
não há tabaco na tabacaria.