É verdade que não poupo as palavras sempre que escrevo sobre política aqui no blog. Imagino até que estes posts serão bastante difíceis de digerir para quem é de esquerda (quando me apercebo que há pessoas de esquerda que têm o fôlego dialéctico de visitarem o Blogville, fico pasmado). Este texto não é, naturalmente, dedicado a essas pessoas, que são tolerantes, que são pacientes e que merecem, porventura mais que eu, o regime democrático em que vivem. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que não são tolerantes, nem pacientes, nem dialécticas. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que querem despedir o José Rodrigues dos Santos por ter cometido um lapso contra o fascismo do politicamente correcto. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que querem acabar com a circulação de automóveis nas avenidas novas, e substitui-lo pelo fascismo das ciclovias. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que nos obrigam a escrever e a falar a língua de Camões como elas querem, dentro de um esquema de nomenclatura fascista que envergonharia qualquer ditador dos anos 30. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que nunca vão chegar a compreender que José Sócrates foi, de longe, o mais ignominioso, o mais rasteiro, o mais fascista dos primeiros ministros da Terceira República. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que acham, da forma mais fascizante possível, que só a esquerda é humana, verdadeira e moral. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que defendem o fanatismo islamita, o mais terrivel dos fascismos já inventados, enquanto atacam despudoradamente a Igreja Católica. Este texto é dedicado às pessoas de esquerda que acham que devemos deixar os fascistas do Estado Islâmico em paz e os fascistas do Hezbolah em paz e o fascista do Putin em paz e a dinastia Sung em paz; que acham que devemos ter pequenos estados islâmicos em Paris, em Londres, em Hamburgo, em Amsterdão, em Madrid e, porque não, em Lisboa.
Mas este texto é especialmente dedicado às pessoas de esquerda que querem convencer os portugueses que a esquerda ganhou as eleições legislativas e que querem convencer os portugueses que um governo constituído ou suportado pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Comunista Português não será necessariamente um governo apocalíptico. Que não será necessariamente um governo fascista.
A todas estas pessoas (sim, bem sei, são muitas), a todas elas sem excepção, fica aqui a minha promessa: se esse governo se concretizar, tratar-se-á de um governo golpista, de um governo revolucionário, de um governo ilegal. Tratar-se-á de um governo infame. E eu, Paulo Hasse Paixão, estarei disposto a combatê-lo por todos os meios que forem necessários. Por todos os meios que forem necessários.
Não fiz tropa. Não sei disparar uma arma. Não sou competente de porradas. Mas estarei disponível para dar o corpo pelo meu país. E a vida por um pequeno momento de decência.