Ontem, numa acção concertada em várias cidades suecas, gangs criminosos constituídos por emigrantes islâmicos incendiaram, só nas duas cidades de Gotemburgo e Trollhättan, para cima de 80 automóveis, entre outros actos de destruição. Parece que o ritual de pegar fogo a carros no início do ano lectivo é já considerado normal na Suécia e só esse facto, convenhamos, é bastante triste.
Mas mais triste ainda é como até o Observador trata a notícia, cujo headline é este neutro "Mais de 80 carros incendiados por jovens na Suécia".
Imaginem que, em vez serem perpetrados por grupos de jovens muçulmanos, estes crimes eram da responsabilidade, por exemplo, de jovens ligados à extrema direita. Quanto é que querem apostar comigo que o headline seria algo assim: "Mais de 80 carros incendiados por grupos neo-nazis na Suécia".
Toda a notícia é escrita de tal forma, que o leitor mais desatento pode até pensar que estes "jovens" são suecos nativos.
Este jornalismo medroso e merdoso, cobarde e omisso, não merece audiências.
Comentário que deixei na notícia:
"Jovens"?
Assim, neutro: "Jovens"?
O jornalista não quererá especificar?
Não considerará a redacção do Observador que a forma de tratar esta notícia é profundamente inexacta? Que é profundamente não jornalística?
Quem são estes "jovens"? Quais as suas motivações? Que problemas sociológicos e políticos de fundo estão por trás destes acontecimentos num país que até há bem pouco tempo tinha índices de criminalidade próximos do zero?
Se até no Observador assistimos ao triunfo do politicamente correcto sobre as evidências factuais, se calhar o melhor é desistir de ler jornais. E de pagar assinaturas...