domingo, agosto 12, 2018
Rumo ao Sol.
A Sonda Solar Parker saiu hoje, disparada do cabo Canaveral, com um mandato aparentemente assustador: viajar 150 milhões de quilómetros para fazer, durante 7 anos, 24 passagens muito junto ao Sol. Mas mesmo muito junto: a distância é a de dez raios solares (seis milhões de quilómetros). Imagina, caro leitor, que a distância entre a Terra e o Sol é reduzida a uma piscina olímpica. A distância mínima a que a sonda Parker vai chegar por 24 vezes seria a de duas braçadas. Nunca nenhum artefacto de fabrico humano chegou tão perto. Nem pouco mais ou menos.
O objectivo científico não é menos ambicioso: só a esta proximidade da estrela que nos rege vamos conseguir perceber porque é que a camada mais exterior da atmosfera solar (coroa) é mais quente que a superfície (fotosfera), qual o mecanismo que provoca a aceleração dos ventos solares a velocidades supersónicas e com que frequência há projeções de partículas solares, de forma a poder fazer previsões das condições meteorológicas do Sol.
Vamos esperar para ver. E rezar para que não aconteça à sonda Parker o mesmo que aconteceu a Ícaro. Pelo menos nos primeiros 7 anos, porque no fim da sua missão, a Sonda vai mesmo acabar por cair na direcção do Sol e derreter antes de lá chegar.