"What we find is that because the thermometer no longer has a
well-defined energy and is actually in a combination of different states
at once, that this actually contributes to the uncertainty in the
temperature that we can measure."
H. J. D. Miller
Em 1927, Heisenberg postulou, no seu célebre Princípio da Incerteza, que quanto mais procuras a verdadeira posição de uma partícula, pior é para a tua sabedoria sobre a sua posição num dado momento.
Em Junho deste ano, H. J. D. Miller e J. Anders publicaram um paper na Nature Communications que acrescenta à incerteza topográfica, a incerteza termo-dinâmica: estipular a temperatura de uma partícula sub-atómica é um exercício de loucos. A partícula pode ter duas temperaturas em simultâneo (ou nenhuma, na verdade) como o gato de Schrödinger podia estar morto ou vivo. Sempre que tentamos saber, sempre que tentamos medir, o termómetro ensandece. E a realidade quântica também.
Se preferirem à densidade do paper de que falo, a amigabilidade da notícia sobre o paper, está aqui uma menos má.
O legado de Heisenberg, de Bohr e de Schrödinger permanecem assim como uma espécie de maldição. É quase trágico verificar que nos últimos cem anos a física tem caminhado muito mais para o abismo da incerteza do que para o cume do absoluto.