Parece que os Obama, os Clinton e outros líderes do Partido Democrático estão a receber bombas pelo correio. Felizmente, nenhuma explodiu. Mas estes actos de terror não surpreendem ninguém. O clima político nos Estados Unidos da América é, literalmente, explosivo. O discurso de incitação à violência está presente, todos os dias, pela voz dos protagonistas do Partido Democrata, tanto ou mais do que na verborreia de Trump. E latente, claro, na direita libertária, profunda, armada até aos dentes, do interior americano.
Como tenho vindo a avisar a audiência já há uns anos, isto vai dar merda. E merda a sério. É só uma questão de tempo. Tudo o que é necessário para acontecer um banho de sangue à antiga é um congressista republicano ser linchado à saída de um restaurante ou um senador democrata ser atingido por um acto terrorista. Se isso acontecer, neste momento da história da América, é de esperar o pior.
Isto para não falar no caos e na hostilidade política e social que podemos esperar quando a caravana de sul americanos que tem vindo a ganhar dimensão numérica (as autoridades mexicanas falam em 14.000 pessoas) chegar à fronteira entre o México e os EUA, daqui a três ou quatro semanas.
Isto para não falar do que pode acontecer se os republicanos ganharem as midterm elections, catástrofe que vai deixar os Democratas em desespero de causa. E intensificar o processo de radicalização niilista em curso.
Isto para não falar do que pode acontecer se os democratas ganharem essas eleições, confirmando as sondagens, daqui a semana e meia e, tirando partido dessa maioria no congresso, bloquearem quase totalmente a capacidade executiva da Casa Branca ou tentarem impugnar Trump. Neste caso, muito provável, vão ser as bases do Partido Republicano que vão ensandecer.
Em qualquer dos casos, o cenário é assustador.