quarta-feira, dezembro 12, 2018

Guerra ao Natal.


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Entre a comicidade e o dramatismo, sucedem-se todos os anos e com uma intensidade exponencial, os episódios de combate às tradições do Natal. Os presépios passam a manifestações da arte popular ou desaparecem por completo, as árvores de natal são árvores das festividades (de Christmas tree para Hollidays Tree), os cânticos religiosos são substituídos por corais seculares, os jingles natalícios são censurados, proibidos ou reescritos e a mais pequena referência ao verdadeiro e original evento que o Natal celebra - o nascimento de Jesus Cristo - é inapropriada e pressurosamente afastada, vilipendiada, esquecida.

Há exemplos vindos de todo o lado, a toda a hora, mas o que mais diverte e assusta ao mesmo tempo é o da directora do liceu público de Elkhorn, no Nebraska. Verdadeira missionária do fascismo anti-cristão que é o novo normal do Ocidente, Jennifer Sinclair enviou um memorando a todos os funcionários da escola com uma lista de práticas natalícias aceitáveis e inaceitáveis.

Entre as aceitáveis estão actividades que se relacionam com pinguins, bonecos de gengibre, bonecos de neve, chocolate quente, festejos multiculturais e prendas, entre outras deste nível de ridículo, que a professora considera apropriadas. É de notar que algumas têm fundamento pagão (os bonecos de gengibre, por exemplo), portanto religioso, mas desde que não sejam cristãos, servem.

Na lista das práticas inaceitáveis, encontramos a realização de materiais artísticos ou comunicacionais com pais natal, árvores de natal, elfos ou renas; a difusão ou interpretação de cânticos e músicas de Natal; a presença de árvores de Natal nas salas de aula; a oferta de livros com histórias de Natal, a exibição de filmes baseados na época festiva, o consumo de barras de rebuçado em forma de J (candy canes) e, cereja em cima do bolo, a utilização das cores vermelha e verde (!).

Se não acreditas em mim, caríssimo audiente, o pdf original que a senhora Sinclair enviou está aqui para download.

Não consigo perceber como é que chegámos a este ponto, sinceramente. Não consigo perceber como uma civilização que encontra os seus fundamentos na tradição judaico-cristã, uma civilização que, muito graças a esses fundamentos, é a mais bem sucedida da história da humanidade, a que mais facil e recorrentemente consegue garantir progresso, prosperidade, segurança, liberdade e justiça aos seus cidadãos, a que primeiro aboliu a escravatura e separou o estado da igreja, a que inventou e propagou o Direito e a norma constitucional, a que fundou cânones de referência para as artes plásticas, a literatura, a música; não consigo perceber como é que esta civilização se suicida todos os dias, assim, parvamente.

Esta gente ignorante que quer substituir S. Nicolau por um boneco de neve e Jesus por um pinguim, pretende obter, na redução da narrativa cristã ao zero absoluto, exactamente o quê? O inferno de viver sem valores. Porque é no inferno que está a última revolução de todas, a que vai transformar o mundo num imenso, num eterno, programa quinquenal estalinista.