A Nike transformou-se nos últimos dez a quinze anos numa espécie de fabricante de ténis para militantes do Bloco de Esquerda. E está constantemente a bombardear o mercado com mensagens de carácter ideológico que são tão perigosas como imbecis, assentes em pressupostos falsos e clichés de outros tempos, que já não fazem sentido nenhum. Por exemplo, não faz sentido nenhum vitimizar as atletas de alta competição pelo simples facto de serem mulheres, porque elas não são vítimas de coisa nenhuma, pelo contrário. São multimilionárias como os atletas masculinos, são idolatradas como os atletas masculinos, respeitadas como os atletas masculinos e ultra-protegidas como eles. A Nike age e comunica como se vivêssemos na primeira metade do século XX e inventa secretos inimigos que na verdade já não existem há um século.
Nuns breves cinco minutos, Ben Shapiro mostra o último spot feminista da marca e faz a respectiva análise crítica, com o brilhantismo do costume. Vale a pena ver.
Esta invenção de vilões para a construção de figuras heroicas está muito na moda nos Estados Unidos. Jussie Smollett, o medíocre e manhoso e obscuro actor da série Empire, simulou recentemente, em Chicago, um ataque racista e homofóbico contra si próprio, na expectativa de que o episódio projectasse a sua carreira - e a sua conta bancária - para o primeiro plano da celebridade plástica de Hollywood. A estratégia só não deu resultado porque a polícia da cidade dedicou vastos recursos à investigação do suposto crime de ódio, só para perceber rapidamente que Jussie é um charlatão dos piores. E agora, claro, o rapazinho está em muitos maus lençóis com a justiça americana. Mas no entretanto, foi glorificado pelos media como um deus, representado como um herói dos tempos modernos e apoiado pela turba do Twitter como um mártir na batalha contra o racismo, o preconceito e a imoralidade de Trump.
Os palhaços do costume na CNN, na CBS, no Washington Post, no New York Times, no Guardian e até no Observador, só para falar nos que mais me chateiam, caíram que nem patinhos saloios na fraude de Smollett, e agora estão a engolir sapos vivos como gente grande.
Nos tempos que correm, a heroicidade surge pela vitimização e não pela valentia. Surge pela cor da pele e não pela nobreza de carácter. Surge pelas opções sexuais e não pelas opções de vida. E mesmo quando não há vítimas, finge-se o martírio. Mesmo quando não há vilões, inventam-se uns. É triste. É desesperante. Mas é verdade.