Um dos mais fraudulentos mitos da globalização é o que instalou a ideia de que, porque vivem no mesmo planeta, as pessoas vivem no mesmo mundo. Não vivem. Eu, por exemplo, vivo num mundo completamente diferente do chinês que, num dos mais relevantes órgãos de propaganda do seu partido, deixou a ameaça de cortar o abastecimento de medicamentos aos Estados Unidos, de tal forma que os americanos fiquem submersos num oceano de Covid 19.
E também não vivo no mesmo ecossistema dos congressistas e dos senadores americanos que permitiram, nos últimos 20 anos, que os seus constituintes ficassem dependentes dos medicamentos fabricados num país inimigo.
Mas se calhar o melhor exemplo de que num só planeta cabem vários e distintos mundos, volta a ser chinês: um diligente funcionário de Wuhan decidiu distribuir rações de carne de porco à população num camião do lixo.
E está tudo dito.