Ninguém pode dizer que o Grande Prémio de Sakhir tenha sido uma seca. Com Hamilton de fora por causa da gripe chinesa (os deuses do automobilismo concederam-me um pequeno e efémero desejo), e Russel catapultado de um dos carros mais lentos para o carro mais rápido da competição, tudo estava em aberto. Russel superou Bottas na partida e tudo indicava que ia conseguir a sua primeira vitória em F1, mas uma paragem cerebral dos rapazes da Mercedes que se fritaram completamente num pitstop que fica para a história da imbecilidade humana, ofereceu a vitória ao brilhante Sergio Perez, que na segunda volta se encontrava no último lugar, depois de ter sido tocado por Leclerc, e que fez uma corrida absolutamente espantosa.
Houve de tudo, neste grande prémio. Emoção a rodos, ultrapassagens à farta, incidentes e acidentes, recuperações épicas, a desilusão de Russel, a felicidade de Perez, a estupidez humana a bombar loucamente na garagem da Mercedes, enfim, os ingredientes todos misturados caoticamente para um grande prémio como deve ser.
Em 17 corridas da época de 2020, duas valeram mesmo a pena. Não se pode dizer que tenha sido uma boa média. Mas esta segunda passagem pelo circuito do Bahrain, que passou a clássica do automobilismo num instantinho, compensou qualquer coisa pelas centenas e centenas de voltas super aborrecidas desta temporada.