Mais. Andrew Torba está a criar um movimento que, na minha opinião, o vai imortalizar e que consiste no seguinte: se não concordas com a tendência marxista e politicamente carregada dos grandes conglomerados económicos que dominam o ecossistema global, cria o teu próprio ecossistema. Por exemplo: os bancos não querem trabalhar com o GAB, de repente e por razões políticas. Tudo bem. Cria o teu próprio banco de repente. Por exemplo: a PayPal não quer trabalhar com o GAB de repente e por razões políticas. Tudo bem. Cria de repente o teu próprio serviço online de transações financeiras. Por exemplo: a empresa que te aluga os servidores para alojares o GAB recusa alojar o GAB, de repente e por razões políticas. Tudo bem. Compras de repente os servidores que vão alojar o teu serviço de rede social. Se não estás de acordo com o sistema e se o sistema pretende aniquilar qualquer voz discordante, cria a estrutura que possibilite e amplifique a discórdia. Mas cria-a em tempo real. Sem reuniões com grupos de interesse e tempo e dinheiro perdidos em think thanks e choraminguices intermináveis e insuportáveis na imprensa (isso é o que faz a esquerda). Usa o dinheiro que ganhas para fazer mais dinheiro, o que é bom, e ainda por cima com os ventos da razão moral e da oportunidade de mercado a soprarem a teu favor, o que ainda é melhor.
Sendo certo que o monopólio da opinião é obsceno e ilegítimo, sempre pensei que os donos da Google, os donos da Apple, os donos da Nike, os donos da Coca-cola, os donos da Gillette, os donos da Disney, os donos de Hollywood, os donos do New York Times ou os donos da CNN podem fazer o que lhes apetecer com as suas marcas, porque respeito a propriedade privada acima de tudo, mesmo quando a vontade sobre as marcas é suicidária. E, no caso das redes sociais, desde que paguem impostos como editores e não como plataformas de discurso público. Não digo o mesmo sobre a BBC ou a RTP, por exemplo, porque se trata de marcas públicas e as marcas públicas deviam ter o pudor de permanecerem para-ideológicas porque são subsidiadas por toda a gente, e muita dessa gente repudia de todo a doutrina subjacente às emissões destas miseráveis estações de propaganda.
Mas seja como for, a única resposta que honestos e convictos libertários podem ter em relação ao fascismo ideológico das instituições privadas é a resposta de Andrew Torba: rejeitar e combater o uníssono totalitarismo com recurso à criação de estruturas inovadoras e eficientes, que cumpram os valores morais de liberdade, responsabilidade e dignidade que nos foram legados pela tradição cristã e ocidental.
Ainda por cima, Andrew Torba, e como ilustra o post dele que antecede este texto, mantém uma relação com a rede social de que é proprietário e com os respectivos subscritores que não pode ser mais sã e corajosa e humilde e sincera. Fala com eles. Posta como eles. Gosta dos posts plebeus e segue os subscritores plebeus (como eu), é polémico e desbocado como os subscritores plebeus, desanca nos poderes instituídos como se fosse um plebeu que não tem nada a perder, de tal forma que parece de todo desinteressado e convicto dos seus princípios fundamentais que na verdade indexam aos princípios fundamentais da nação de que é cidadão natural.
Andrew Torba é um exemplo de ser humano e, neste contexto, uma espécie de Elon Musk cristão. Ou, se quiserem, uma espécie de Zuckerberg ao contrário. Uma figura essencial para o bom exercício da revolução populista que, mais tarde ou mais cedo, acabará por triunfar sobre os grandes males do mundo.
E mais não digo. Por agora.