sexta-feira, março 12, 2021

Sobre a ineficiência dos confinamentos.

O Fraser Institute, recorrendo apenas a números oficiais, publicou muito recentemente um estudo sobre liberdade económica na América do Norte que demonstra, entre outras verdade inconvenientes, que os lockdowns não resultam minimamente como medida de combate à transmissão do vírus chinês e à correspondente diminuição dos óbitos que dessa gripe resultam. Ora vejamos.




Neste gráfico temos o número de mortos Covid do lado direito, e a perda de empregos no sector público e privado na linha inferior. Os pontos azuis simbolizam os estados da federação americana. Partindo do princípio, que é válido e lógico, de que o desemprego é maior nos estados com níveis de confinamento mais draconianos, constatamos que não existe qualquer correlação significativa (0,0049) entre a mortandade e as medidas de supressão da actividade económica tomadas para a combater. O estado de Nova Iorque, um dos que adoptou medidas mais restritivas, apresenta números arrepiantes. O Estado de Idaho, que nunca chegou a fechar, tem números muito menos assustadores (as diferenças de volume demográfico não são representativas, já que os óbitos são calculados por cada 100.000 habitantes). 


Este gráfico é ainda mais eloquente. Comparando a mortandade (coluna da esquerda), com o index da liberdade económica (eixo inferior) e partindo do princípio, que é sólido e inequívoco, que os estados com mais liberdade económica tiveram níveis de confinamento inferiores, percebemos que não há qualquer relação significativa (0,0037) entre o confinamento e o número de óbitos resultantes da gripe chinesa.
New Hampshire é, no estudo do Fraser Institute, um dos 3 estados com maior liberdade, ainda assim, apresenta números de mortandade muito inferiores à média.

Para que se tenha uma ideia geográfica dos índices de liberdade económica nos EUA, deixo também aqui o mapa correspondente, que serve bem como referência comparativa para o mapa em baixo, do CDC (autoridade médica americana para o controlo e prevenção de doenças e epidemias), que mostra os índices de transmissibilidade do vírus no território da federação.






A análise comparativa destes mapas e do gráfico em baixo da Statista (para melhor leitura/resolução, ver o quadro aqui) não deixa grandes dúvidas. Estados como a Flórida e o Texas, que implementaram medidas de combate à pandemia muito suaves ou quase inexistentes, apresentam mortandades que se enquadram completamente dentro da média do país. No estado do Texas, são 158 óbitos por 100.000 pessoas. E na Florida, 149 por cada 100.000. Há, por outro lado, estados que adoptaram políticas de confinamento extremamente restritivas e com resultados desastrosos, como New Jersey (260 óbitos por 100.000 habitantes) ou Massachussets (240 óbitos por 100.000 habitantes), já para não voltar a referir o infeliz caso do infeliz estado de Nova Iorque.


Assim sendo, e utilizando apenas números oficiais, publicados por organismos que defendem a implementação dos lockdowns, portanto insuspeitos, percebemos que a implementação das draconianas medidas de confinamento, que têm consequências devastadoras no tecido social, psico-social e económico, não mostram objectivamente ser de significativa eficácia no controlo da pandemia.

É claro que estes dados se referem apenas à realidade norte-americana, mas sendo esta nação extremamente diversa no que diz respeito à sua geografia física e humana, penso que não é disparate nenhum considerar que se trata de uma amostra válida sobre a realidade global.

E como não quero manifestar opinião num post apenas constituído por factos estatísticos, o melhor é ficarmos por aqui. Quem tem olhos para ver, que veja.