sexta-feira, junho 04, 2021

É assim que morre a verdade. E a democracia.

Para que a gentil audiência deste blog abra os olhos e se aperceba com rigor da escandalosa desonestidade da imprensa contemporânea, nada como um bom exemplo tirado do miserável Washington Post.

Há 15 meses atrás, o senador Tom Cotton merecia, a propósito da sua insistente suspeita de que a pandemia era originária do laboratório de Wuhan, a notícia cujo headline vemos na esquerda do slide.

Porque 15 meses depois toda a gente já percebeu que o Senador Tom Cotton estava carregado de razão, os rapazinhos do WAPO foram a essa notícia e editaram-na conforme vemos no lado direito do slide.

Reparem que isto não é uma correcção da notícia, o que seria demasiado íntegro para esta gente. Uma correcção implica a redacção de uma nova notícia assumindo o erro da antiga. Isto é muito mais pernicioso. Isto é voltar à notícia e rescrevê-la de forma a esconder o registo editorial passado, uma técnica que faz lembrar o Pravda no apogeu totalitário da União Soviética, quando retirava da célebre foto de Lenine discursando perante as massas os altos quadros do Partido que Estaline ia assassinando.

À esquerda vemos Lenine acompanhado de Leon Trotsky e de Lev Kamenev; à direita, depois de terem sido mortos, estão ausentes da imagem.

O Washington Post é  o estereotipo de uma maioritária fatia da imprensa ocidental contemporânea e o slogan que usam desavergonhadamente, "Democracy Dies In Darkness", assenta-lhe, com ironia infinita, na perfeição. Os media, como são editados hoje, contribuem decisivamente para a escuridão que anuncia a morte da democracia.