Ingleses a torcerem pela derrota da sua selecção nacional, no campeonato da Europa. Americanos a desejarem o falhanço da sua selecção olímpica feminina. Adeptos na bancada a assobiarem constantemente os jogadores. Audiências da Premiere League a caírem a pique. Isto no futebol, porque as audiências da NBA ou da NFL chegaram a mínimos históricos ridículos.
E porquê? Porque a generalidade das pessoas não gosta de misturar política com desporto. Porque a generalidade dos fãs não gosta de ser insultada pelos atletas nem aprecia que esses atletas virem as costas ao hino, à bandeira e aos valores das nações que representam. Porque ninguém gosta de ser acusado de racismo por chulos profissionais, multimilionários super privilegiados, putos mimados e sobrevalorizados a propósito de um mérito banal, como todos os méritos atléticos são banais. A humanidade não progride, a civilização não avança, a vida das pessoas não melhora porque um básico de Indiana consegue marcar 60 pontos num jogo de Basket. Ou porque um imbecil das docas de Liverpool arranja maneira de fazer golo a 35 metros da baliza. São proezas menores. Desafios físicos circenses para combater o ócio das massas, que não dão estatura aos seus intérpretes para lições de moral, imposições éticas ou aconselhamento ideológico.
A cultura Woke deu cabo de Hollywood. Deu cabo da comédia. Deu cabo do desporto. O que será que vai destruir a seguir?
Ainda por cima, os ataques de falso moralismo parecem ser contraproducentes em relação aos resultados desportivos: depois de se terem ajoelhado parvamente no jogo com que iniciavam o torneio olímpico de futebol, as raparigas da selecção americana perderam com a selecção de Trinidad e Tobago. E muitos milhões de americanos rejubilaram com a humilhante derrota das suas compatriotas. O que seria impensável há coisa de quatro ou cinco anos atrás, mas que é apenas justo, agora.
O problema é que esse contraditório júbilo também constitui um claro sintoma de esquizofrenia social.