sexta-feira, setembro 17, 2021

O Bolsonaro passou-se completamente.

As coisas estão muito complicadas, no Brasil (como se não estivessem complicadas em todo o lado).

Atolado em acusações de corrupção, assolado pelo Tribunal Constitucional (que se transformou numa espécie de polícia política, executando mandatos e prendendo sem julgamento apoiantes do Presidente), sabendo perfeitamente que o seu futuro tem muito poucas saídas que não sejam a prisão ou a morte, Bolsonaro jurou, numa recente e massiva manifestação em S. Paulo, que vai parar de aceitar as normativas do primeiro tribunal da nação e que nunca será preso. É a permanência no poder, à tiranete, ou a morte, portanto.

Acontece que uma boa parte do país, principalmente a parte dos agricultores e - muito provavelmente - a parte dos soldados, está com ele.

Glenn Greenwald, que vive lá e que é talvez o único jornalista que mantém em simultâneo um alto perfil no Brasil e nos Estados Unidos da América, dá contexto à convulsão política que está a estremecer as fundações regimentais da potência sul americana. Apesar dele próprio estar envolvido na vida política brasileira (foi um dos activistas que levou à anulação da interdição de Lula ao processo eleitoral e é odiado por Bolsonaro), Greenwald consegue manter alguma objectividade, o que não deve ser nada fácil.



Um embróglio monumental que convém seguir de perto, no país tropical abençoado por Deus.